Estamos há cerca de 20 dias do carnaval 2015, que neste ano será na terça-feira, dia 17 de fevereiro, mas que para os baianos que gostam desta festa começará na sexta-feira anterior, dia 13 de fevereiro.
Entretanto, em Ilhéus – até onde eu tenha conhecimento – ninguém sabe dizer se haverá carnaval ou não, nem a prefeitura, nem os comerciantes, nem o setor turístico, em ninguém.
Este fato ultrapassa em muito a mera omissão, a simples ausência de definição administrativa por parte dos gestores públicos municipais: é um dos fatores que impedem Ilhéus de crescer como cidade e de se estabelecer minimamente como polo turístico.
Sem ter uma definição prévia e com bastante antecedência sobre se haverá carnaval ou não, não há como investir, como contratar, como ganhar economicamente. Não há como acumular e crescer com este importante evento típico da cultura brasileira e baiana.
Coloque-se no lugar de um empresário do setor hoteleiro que recebe um telefonema para reserva de hospedagem em Ilhéus, mas que, questionado pelo cliente, não sabe dizer se haverá carnaval ou não. O que este cliente pensará? Caso haja carnaval, quando e como este setor irá se preparar para receber os turistas?
Coloque-se no lugar dos líderes de bloco afro ou de escolas de samba que, sem definição prévia e sem patrocínio, não têm como preparar adequadamente o desfile, as fantasias, os adereços, tendo sempre que fazer tudo de última hora, no mais absoluto improviso.
Coloque-se no lugar do cidadão ilheense que, gostando ou não de carnaval, queira organizar sua permanência ou sua viagem com a família para fora da cidade. Tudo isto fica impossível sem uma definição prévia do Poder Público Municipal.
Que a prefeitura de Ilhéus não alegue, jamais, falta de verbas. Além de ser possível buscá-las, desde que com a devida antecedência, este mesmo grupo que hoje governa a cidade já fez carnavais bastante bons usando somente artistas regionais, trios e bandas locais, utilizando meia Avenida Soares Lopes, no horário da tarde até cerca de meia noite. Isto reduz o tamanho da festa, mas reduz também a violência e outros aspectos negativos ligados ao carnaval, tornando-o mais diurno, mais doce e até mais familiar.
Por vezes, ter dinheiro não é o mais importante. Quando se tem organização, planejamento e, sobretudo, respeito pelos cidadãos, pelo empresariado e por aqueles que querem crescer por meio de trabalho honesto, é possível estabelecer calendários de eventos com antecedência e com responsabilidade, cumprindo-os com austeridade.
Entretanto, isso é para uma administração municipal que esteja preocupada com o crescimento, o bem estar e o desenvolvimento de Ilhéus e de seus habitantes, e que queira trabalhar de fato. Será este o nosso caso?