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CARTA ABERTA AO “ABUTRE” QUE OFENDE OS POLICIAIS MILITARES DA BAHIA E TENTA MACULAR A IMAGEM DE SUA MAIOR LIDERANÇA, MARCO PRISCO.

AUGUSTO JÚNIOR

Augusto Júnior é soldado da Polícia Militar da Bahia, coordenador da ASPRA Ilhéus, pedagogo com especialização em Educação e Relações Étnico-raciais e acadêmico de Direito da UESC.
Augusto Júnior é soldado da Polícia Militar da Bahia, coordenador da ASPRA Ilhéus, pedagogo com especialização em Educação e Relações Étnico-raciais e acadêmico de Direito da UESC.

Antes de fazer qualquer abordagem sobre umas tolices que escreveram nesse conceituado blog, cuja autoria remete ao baixo nível cognitivo sobre aquilo que se propõe a fazer análise, quero pontuar que fica evidente o ódio e a tentativa de escarnecer quem tem sido vítima de um governo totalitário, autoritário e antidemocrático. Diga-se de passagem, governo que no exercício do poder concedido pelo povo, faz uso dos mesmos expedientes de outrora quando era oposição e aparelhava sindicatos, movimentos sociais e estudantis para “causar instabilidade”, o quadro se agravou, pois agora eles usam dos mesmos artifícios com o Estado. Aparelham a justiça e mantém o legislativo numa condição de subserviência, com a força do capital que antanho era tão combatido e hoje é utilizado como moeda no projeto de perpetuação no poder. Vale lembrar que não falamos de qualquer capital, falamos de bilhões desviados de cofres públicos para esse fim.

Não quero me ater ao óbvio ululante do emaranhado de corrupção a que esse grupo está embrenhando e sim ao texto que compara o prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, ao maior líder de massas em vida no estado da Bahia, e porque não dizer no Brasil, em tempos de PT no poder. Digo isso porque muitas lideranças de outros movimentos e segmentos foram caladas pela força do capital sujo, usado por uma “quadrilha de bandidos de beira de estrada”, como foi dito no julgamento que culminou com a condenação da cúpula petista, para a compra de apoio político.

Pois bem, o menino incauto que não tem a capacidade de se despir de suas paixões partidária, ideológicas que não convence mais ninguém, pois a práxis dessas facções, no exercício do poder, tem sido mais perversa do que as perpetradas por aqueles que eles um dia combateram. É só olhar a campanha de ódio que fazem contra Marina Silva, que um dia foi uma das pessoas mais conceituadas do PT, a ponto de ser ministra, quando marchava ao lado deles. Hoje, acuados com a possibilidade de perderem a eleição, eles vão ao nível mais baixo que uma campanha política pode chegar e tentam colocar nela todas as pechas ruins possíveis e imagináveis e fazem um discurso de que eles possuem o monopólio do bem.

Considerando a incapacidade desse cidadão de sair do lugar comum, de alguém que foi formado por uma pseudo esquerda, que concebe a juventude numa perspectiva Lockeana, como meras tabulas rasas, cujos ensinamentos se materializam e passam a figurar no plano fático como verdades absolutas a partir de uma cartilha ultrapassada. Peço a esse menino que não se inquiete diante da possibilidade de ver um homem com perfil da verdadeira esquerda, mas que é filiado a um Partido de Direita, o PSDB, vencer a eleição. Entendam! Vocês não têm o monopólio do bem e como eu presumo que não saiba, a formação de Prisco se deu toda nos partidos de esquerda, em especial no PSOL, partido pelo qual nutre grande respeito. Foi com a verdadeira esquerda que ele aprendeu a fazer greve em defesa da “massa cheirosa”.  Agora, por estar hoje em um partido da direita os “esquerdopatas” ficam alvoroçados e se perguntam: “Como pode um cara da direita conduzir tão bem uma massa e levar toda a sociedade baiana e brasileira a refletir e repensar o modelo de segurança pública?”. Prisco poderia dizer a você: “Aprendi o pulo do gato”.

Só “para não dizer que não falei das flores”, ops! Digo… do prefeito de Ilhéus, já que supostamente o texto a que me refiro se propunha a fazer uma comparação entre Prisco e ele, não poderia deixar de lembrar que a autoridade municipal apoia as candidaturas do PT para presidente e governador, que diga-se de passagem, é o deputado federal mais preguiçoso da Bahia, além do candidato ao senado.  Otto, ele mesmo, um dos maiores carlistas abaixo do finado ACM. Acho que a militância do PT e PCdoB, deve estar adorando pedir voto para esse cara. Ele defende a redução da maioridade penal e tantas outras bandeiras diametralmente opostas às que historicamente esses partidos sempre defenderam, quanta contradição, não? Ah! Mas pelo poder vale tudo, até negar sua história. Isso Prisco não fez e não faz!

“A PM da Bahia está nas mãos de um filhote do que há de mais autoritário nesse país.” Concordo com essa expressão, pois o comandante da PM é o senhor governador Jaques Wagner, o homem que consegue ser pior do que o ACM e os demais carlistas que comandaram esse Estado. Wagner, em quase oito anos, conseguiu permitir a ascensão dos índices de violência e criminalidade no estado a patamares de países em guerra, conseguiu provocar 3 greves da Polícia Militar. Na primeira saiu exitoso, pois conseguiram alijar Marco Prisco das negociações e firmaram um acordo mentiroso com os policiais, desmoralizando as lideranças de então, inclusive um deputado estadual na época. Nas duas últimas não tiveram a mesma sorte e se curvaram ao líder de uma tropa que assimilou que é deles a função de resguardar o estado democrático de direito, e isso pressupõe postar-se como cidadão de direitos. Seria paradoxal garantir direitos dos outros sem ter os seus assegurados e efetivados. Wagner conseguiu dar aumentos aos servidores abaixo dos índices inflacionários. A PM conquistou algo mais, com muita luta, com prisões, processos arbitrários, ilegais e imorais, os professores fizeram a maior greve que esse estado já viu, assim como EBDA e outros segmentos dentro do Estado. Como explicar isso? Foi Marco Prisco que liderou ou que desencadeou todos esses movimentos? Claro que não. Ele foi apenas a “voz que clamou no deserto” e outros segmentos viram que tinha algo errado. Foi da inflexibilidade, “impermeabilidade” e incapacidade de negociação desse governo que nasceu para ser pedra e nunca vidraça que tais crises ocorreram.

Sobre o pleito passado, quero dizer que moro no interior, sou militante de um partido de esquerda, e em 2012, se morasse em Salvador, estaria sim “balançando a bandeira de ACM Neto”. Não por vê-lo como o salvador, mas por entender que a democracia só sobrevive quando há alternância de poder e a eleição na capital da Bahia seria fundamental para oxigenar a cambaleante democracia na Bahia e no Brasil. Era preciso contrabalancear essa correlação de forças, não podemos deixar de ser uma nação verde-amarela, plural e multicolor para virar uma nação rubra.

Em se tratando das históricas mobilizações da PM, digo que sua fala é rasa, uma clara demonstração de que você não leu nada sério sobre o assunto, se é que leu algo. Acredito que a relação passional com o seu partido (PCdoB) pode não ter deixado ou mesmo sua alienação política não permitiu mergulhar fundo nos reais motivos que ensejaram o Movimento dos Praças da PM BA em 2012. Não foi a necessidade de “gerar instabilidade ou promover arruaça”, pois desde que o PT ascendeu ao poder no Estado, esse tem sido o estado comum das coisas na Bahia, os reais motivos foram: As promessas de campanhas não cumpridas, como o resgate de perdas salarias, o pagamento da URV, criação de um plano de carreira, melhores condições de serviço, pagamento das GAPs, enfim toda a modernização da PM. Eles fizeram tudo ao contrário, não deram aumento, fizeram apenas reposição com índices abaixo da inflação e sempre sem respeitar a data base, dificultaram o acesso dos praças a postos superiores e mergulharam a PM num profundo ciclo de retrocesso quanto a melhorias.   

“Não, senhores, nunca vi Prisco militando pela desmilitarização da polícia…” você é mesmo um cara leigo no assunto. Prisco é um dos maiores entusiastas da desmilitarização nesse país, sempre foi criticado inclusive na PM por um grupo de um deputado estadual também PM que diziam que Prisco era contra a PEC 300 porque em Brasília ele só falava da PEC 102, aliás, antes disso, em 2009 Prisco foi um ícone na defesa da desmilitarização na Primeira e única CONSEG, Conferência após a qual o governo do PT também não teve a coragem de implementar as políticas públicas que foram apontadas naquele momento, dentre elas a desmilitarização, não teve se quer a coragem de realizar outras conferências, demonstrando covardia, ao tocar nesse ponto nevrálgico dos governos do PT em qualquer instância e a incapacidade de enfrentar e resolver o problema. Como o senhor deve ter preguiça de pesquisar, mesmo tendo o GOOGLE à disposição e fica falando abobrinha na rede, prestando um grande desserviço aos leitores, vou fazer um elenco de links no final da carta que você poderá comprovar o que eu digo, se não bastar pode me pedir que envio mais.

“…O resto da malandragem ele aprendeu no mercado negro da política…” Só para refrescar a sua memória menino, Jaques Wagner quando líder de greves, ameaçava explodir o polo petroquímico, Lula foi um dos maiores grevistas que esse país já produziu, Dilma ainda pior, roubou, sequestrou e matou, não julgo nenhum deles, mas Prisco mostra que foi um excelente aluno, ele tem muitas diferenças para esses ai, afinal Prisco é um cara do bem, homem íntegro, honesto e que nunca, nem mesmo quando virou vereador e passou a gozar dessas benesses do cargo abandonou a sua categoria, mesmo quando ele não queria a greve e mais 15 mil homens gritaram por greve. Ele foi o único com coragem suficiente para assumir aquela liderança e conduzir o movimento para que não fosse mais traumático para a sociedade baiana por irresponsabilidade de um grupo político que domina a Bahia se dizendo de trabalhadores.

Antes que eu esqueça, mais do que aprender “no mercado negro da política”, Prisco estagiou lá, pois na greve de 2001 e muitos a consideram uma greve marginal, porque os policiais usaram de violência e não mostraram o rosto. Aquela foi engendrada por Jaques Wagner e seu grupo que queria tomar a Bahia, quem militou na política nessa época sabe disse, aliás nesse período, Prisco era tratado a “pão de ló” pela companheirada, pelos coitadinhos que hoje estão no governo. Só lembrando mais uma coisa, sugiro que como um homem das letras e militante de partido político que faça uma assepsia lexical. Não pega bem para um militante de esquerda atribuir ao que há de pior na política ou em qualquer outro lugar ao que é negro, em tempos de sucessivas ações para descontruir o mito da democracia racial e a cultura do branqueamento. Será que faltou essa aula na UJS?  

Para finalizar, quero dizer a você e a tantos outros, que não serão textinhos de pseudos intelectuais de esquerda que fará diminuir o ímpeto dos praças da PMBA pelo empoderamento, hoje estamos conscientes de que se quisermos de fato, ter voz e vez e não apenas ficarmos dizendo sim senhor, não senhor ao senhor do engenho ou ao capitão do mato, será pela via da política, e quem tem um líder como Prisco, não pode prescindir de tê-lo como representante de direito e de fato na Assembleia Legislativa do Estado. “Fomos expulsos” pelo Exército do prédio que dizem ser a casa do povo, mas quando Prisco subir aquela rampa para tomar posse, ele não estará sozinho, estará com 32 mil homens e mulheres que tiveram a sua dignidade vilipendiada e seus sonhos roubados por um grupo no qual um dia acreditaram, mais do que isso, subirá na rampa a população da Bahia que mora nas periferias, nas favelas, nos becos e nos guetos de cada lugar desse Estado e que é esquecido pelos que estão no poder.

Viva Marco Prisco! Viva aos praças da PM BA! Viva a nova força política da Bahia!

Links da atuação de Prisco em defesa da desmilitarização e de quando ele era perseguido por outros governos e PT o apoiava:

http://www.bocaonews.com.br/noticias/principal/politica/63905,2-de-julho-vereador-prisco-levanta-bandeira-de-desmilitarizacao-da-pm.html

http://www.fatoreal.blog.br/geral/dossie-de-amotinado/

http://noticiasdodireito.com/tag/prisco/

http://apramrn.blogspot.com.br/2013/04/anaspra-discute-desmilitarizacao.html

http://www.ipea.gov.br/participacao/images/pdfs/conferencias/Seguranca_Publica/relatorio_final_1_conferencia_seguranca_publica.pdf