A previsão para o sul da Bahia é de mais chuvas. Foi o que assegurou Francisco de Assis Diniz, chefe da previsão do tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em entrevista à CNN concedida neste último domingo (26). Ele afirmou que as chuvas na região devem aliviar hoje (27), mas que retomam a partir de amanhã, com forte intensidade até a quarta-feira (29).
“O que já choveu nesses últimos quatro dias na região sul, sudoeste da Bahia, já equivale a praticamente o dobro da climatologia no mês”, afirma Diniz.
Ele destaca que a previsão “não é boa pela frente”, e afirma que a chuva hoje ainda de maneira mais fraca, mas de terça para quarta-feira volta a ficar mais intensa novamente, não só no sul do estado, mas também no sudoeste e leste, quase até a altura de Salvador.
O chefe do Inmet reitera que a previsão é que as chuvas só devem dar trégua a partir da quarta-feira, com a região ficando sem expectativa de precipitação para o resto da semana do Réveillon, no máximo com chuva fraca e isolada.
“A convergência de umidade que causa muita chuva no período de verão na parte centro-sudeste do Brasil está muito concentrada entre o norte de Minas Gerais e a Bahia, isso vem ocorrendo há vários dias, e aí há menos chuva, até seca na região Sul, e a chuva fica concentrada no norte do país”, diz.
Ele ressalta, porém, que a chuva deve se dirigir para outras áreas do país. “A situação é efeito da La Niña. A chuva vai começar a descer novamente para o Sul, e vai causar mais chuva na região onde já está com enchente, depois, desce para Minas Gerais e fica concentrada entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, onde vai pegar exatamente o final de semana da passagem do Ano Novo, com muita chuva na região”.
Diniz afirma que a previsão é que o norte de São Paulo, a região metropolitana, a divisa com o sudeste de Minas Gerais, o triângulo mineiro e todo o Rio de Janeiro passem a concentrar as chuvas mais intensas.
“Quando passa uma frente fria na região sul do Brasil, vem de uma maneira até fraca e estaciona entre o centro e o sudeste do Brasil. Ela é realimentada por essa convergência de umidade pelos ventos, que transportam muita umidade da Amazônia e do Pacífico, e pega essa região no sudeste e, dependendo da época do ano, um pouco mais ao norte, devido ao efeito da La Nina”, explica o chefe do Inmet.
De acordo com Diniz, a situação atual na Bahia já era prevista. “Todos os dias estão sendo emitidos alertas sobre as chuvas intensas, foi avisado bem antes do Natal que a região iria sofrer com chuvas intensas durante o período exatamente do Natal, foi avisado com bastante antecedência”, afirma.
Segundo ele, o fenômeno climático La Niña deve continuar “bem ativo” em janeiro, o que resultará em poucas chuvas no sul do país e a repetição do quadro observado atualmente na Bahia e em Minas Gerais, com novas chuvas intensas.
“Ainda vamos ter quantidades significativas de chuva nessa região em janeiro”, diz.