Produto Interno Bruto da Bahia (PIB) sofreu queda de 3,4% em 2015, se comparado ao ano anterior, segundo aponta o documento Contas Regionais do Brasil, divulgado nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos em uma região, durante um determinado período.
O PIB da Bahia para o ano de 2015 foi de R$ 245,02 bilhões, dos quais R$ 215,97 bilhões equivalem a valor adicionado bruto (renda líquida gerada pelas atividades econômicas) e R$ 29,05 bilhões são referentes aos impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos. O resultado fez com que a Bahia tivesse a 11ª queda mais intensa entre os 27 estados brasileiros e a maior retração da série histórica disponível (desde 2002). Antes disso, o PIB da Bahia só havia caído 0,3% em 2009.
Embora tenha tido o 11º recuo mais intenso entre as 27 unidades da Federação, a Bahia teve o segundo maior ganho de participação no PIB brasileiro, saindo de 3,9% em 2014 para 4,1% em 2015 (+0,2 ponto percentual), empatado com São Paulo, Distrito Federal e Rio Grande do Sul. Assim, manteve-se como 7º estado em contribuição para economia nacional.
Dentre os grandes setores produtivos baianos, os desempenhos foram negativos tanto na indústria (-7,9%) quanto nos serviços (-3,0%). Em 2015, o setor industrial da Bahia gerou um valor adicionado de R$ 47,77 bilhões, caindo 7,9% em volume frente a 2014, com desempenhos negativos nas indústrias de transformação (-6,7%), extrativas (-10,3%) e na construção (-11,3%). A atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação foi a única a ter variação positiva (+1,5%).
Na Bahia, o setor de serviços, com valor de R$ 150,36 bilhões em 2015 e queda de 3% em relação a 2014, sofreu forte influência da atividade de comércio, manutenção e reparação de veículos automotores e motocicletas, que recuou 9,4%.
Apesar do desempenho negativo da economia baiana em 2015, quando se avalia o período completo de 2002 a 2015, o estado tem um crescimento médio anual de 3%, bem próximo do nacional (2,9%), ainda que um pouco abaixo da média para o Nordeste (3,3%).
Agropecuária salvou
De acordo com o IBGE, a queda do PIB baiano só não foi maior porque a agropecuária cresceu 9,9% de 2014 para 2015.
O desempenho da agropecuária baiana, com valor adicionado de R$ 17,84 bilhões em 2015, foi impulsionado em larga medida pela agricultura (inclusive atividades de apoio à agricultura e pós-colheita), que cresceu 14,9% no período. O destaque positivo ficou, sobretudo, com o cultivo de soja. A pecuária (inclusive atividades de apoio à pecuária), por sua vez, apresentou queda de 2,6% entre 2014 e 2015.
Com o bom desempenho, a agropecuária aumentou sua participação no PIB baiano, de 7,9% em 2014 para 8,3% em 2015. O setor da indústria, mesmo com resultado negativo, também ganhou participação no PIB baiano (+ 1,1 ponto percentual), enquanto o setor de serviços, ainda que continue sendo o mais representativo, perdeu participação, de 71,1% para 69,6% do PIB do estado, entre 2014 e 2015.
Brasil
Em 2015, o IBGE registrou recuos tanto no PIB nacional (-3,5%) quanto em todos os 27 estados. Foi a primeira vez que isso ocorreu desde 2002, quando se iniciou a série das Contas Regionais. O PIB de Mato Grosso do Sul teve o melhor desempenho entre os estados em 2015 (-0,3%), enquanto Amapá registrou a queda mais acentuada (-5,5%).
No geral, o Paraná foi o estado que mais ganhou participação no PIB nacional, entre 2014 e 2015 (+0,3 ponto percentual). Nesse período, o estado que mais perdeu participação foi o Rio de Janeiro (-0,6 ponto percentual). Fonte: G1.