A conta de luz vai continuar aumentando no ano que vem. De acordo com documentos oficiais do governo e do setor elétrico, a projeção é de que o reajuste nas tarifas chegue a 21% no ano de 2022, alta que vai turbinar ainda mais a inflação.
No texto, publicado internamente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e obtido com exclusividade pelo Estadão, o órgão prevê o impacto financeiro que a crise hídrica terá sobre a conta de luz no Brasil, em decorrência das medidas adotadas para garantir o fornecimento de energia. “Nossas estimativas apontam para um cenário de impacto tarifário médio em 2022 da ordem de 21,04%”, diz o documento.
Ainda segundo informações publicadas pelo Estadão, o reajuste acumulado em 2020 somente para o consumidor residencial chega a 7,04%. Com isso, o aumento projetado para o ano que vem praticamente triplica a alta de 2021.
Além disso, a área técnica da agência reguladora concluiu, após analisar as previsões de geração de energia e de custos – incluindo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) -, que até abril de 2022, as “melhores estimativas” indicam um rombo de R﹩13 bilhões, “já descontada a previsão de arrecadação da receita da bandeira tarifária patamar escassez hídrica no período”, ou seja, o nível mais alto de cobrança da taxa extra.