Declaração foi dada durante instalação de Frente Parlamentar em defesa da Petrobras, na câmara federal. Foto: Ascom.
Um auditório lotado foi o cenário de instalação na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (24), da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras. Entre discursos contundentes e palavras de ordem de um grande público formado por parlamentares, lideranças sindicais e representantes de movimentos sociais, de diferentes estados e, sobretudo de petroleiros, o ato reafirmou o propósito de luta contra as tentativas de privatização da Petrobras.
Este foi o tom do discurso do deputado federal Davidson Magalhães (PCdoB-Ba), presidente do colegiado e idealizador da Frente, que denunciou a tentativa tucana de enfraquecer a petrolífera, de olho na sua privatização. “Da Petrobras não abro mão, quero petróleo 100% da nação” foi o refrão entoado à exaustão e exibidos nas faixas por dezenas de petroleiros, petroquímicos e trabalhadores.
Davidson Magalhães citou a pesquisa recente do DataFolha que mostra que 61% dos brasileiros são contra a privatização. Destacou que é o momento de união em sua defesa, pois, ao tempo em que se faz necessário a punição dos culpados envolvidos na operação Lava Jato, por outro lado, “é inadmissível que todo o capital institucional e o seu valor de mercado sejam dilapidados. A Petrobras hoje representa 15% dos investimentos do país e 10% do nosso PIB”.
Condenou os que dizem que a empresa deveria se limitar apenas à produção e exploração de petróleo: “Isso é um retrocesso para a condição de país exportador de produtos semifaturados”. Acentuou que hoje a Petrobras é a maior produtora entre as companhias de capital aberto, uma das dez maiores do mundo. E concluiu: “Todas as grandes petroleiras desenvolvem atividades em todas as etapas da linha de produção ao refino, do poço de petróleo ao posto de gasolina”.
O presidente da Frente Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel lembrou a aprovação do projeto que destina os recursos do pré-sal para saúde e educação, para enfatizar que qualquer iniciativa para alterar o processo de exploração e refino do petróleo no Brasil vai repercutir negativamente nos recursos destinados a esses dois importantes vetores de desenvolvimento.
O ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e ex-deputado federal pelo PCdoB da Bahia, Haroldo Lima, profundo conhecedor do dia a dia da empresa, lembrou que a vida da Petrobras sempre foi de luta em defesa de sua sobrevivência, que começou na década de 50, e nessas batalhas sempre houve convergência entre a frente popular e a frente parlamentar: “Toda vez que houve essa convergência, nós ganhamos”.
A Frente Parlamentar é presidida pelo deputado federal baiano Davidson Magalhães (PCdoB) e integrada pelos senadores Roberto Requião(PMDB-PA), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra(PT-RN) e os deputados Vicentinho (PT-SP), Aliel Machado (PCdoB-PR), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Zeca do PT (Mato Grosso do Sul). Entre as atividades previstas para o grupo, estão visitas à Petrobras, à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e realização de audiências públicas.
