Advogados e advogadas do estado, que ouviram hoje pela manhã na Rádio Sociedade da Bahia o debate entre Gamil Föppel, da chapa Renova OAB 30; e Fabrício de Castro, da chapa Avança OAB – candidatos à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Bahia ––, ficaram sem resposta sobre qual o nome da empresa que está construindo as sedes das subseções da OAB-BA em municípios do interior do estado. Muitos também se perguntaram por que Fabrício de Castro não quis “dar nome aos bois” em relação a uma fraude contra a Escola Superior de Advocacia (ESA). E nas redes sociais alguns lamentaram também o fato de Fabrício de Castro, ao ser indagado por Gamil, não ter informado com quem foram gastos R$3 milhões sob a rubrica de “gastos com terceiros”, que aparece no ícone “Transparência” do site da OAB.
Nos vários grupos de WhatsApp a maioria considerou que foi um massacre de Gamil Föppel. A advogada Gine Kinjyo avaliou que Gamil esteve todo o tempo muito “assertivo nas perguntas, respostas e comentários. Não tem como comparar a segurança, postura, firmeza e domínio”, disse. Föppel falou sobre a composição de sua diretoria, que terá mais mulheres do que homens com poder de decisão. Disse também que vai abrir a caixa cinzenta da OAB, informando o nome da construtora e do arquiteto responsáveis pela construção das subsedes. O candidato Fabrício de Castro evitou responder a diversas questões. Disse que o atual presidente Luiz Viana tem aprovação de 90% da classe, mas não apresentou nenhuma pesquisa que comprovasse a informação.
Já no primeiro bloco, os radialistas Silvana Oliveira e Adelson Carvalho perguntaram aos candidatos qual seria o principal pilar de seus eventuais planos de gestão. Fabrício falou da crise do Judiciário e disse que a atual gestão da OAB tem feito uma série de enfrentamentos. Gamil, por sua vez, disse que o eixo central de sua gestão na OAB será a profissionalização da Ordem. “Isso envolve impessoalidade, transparência e eficiência no enfrentamento do judiciário. O atual grupo que está no poder há 18 anos é omisso. Um advogado no interior foi ameaçado de morte por um delegado e efetivamente a OAB nada fez para defendê-lo”, argumentou Föppel.
Sobre a defesa das prerrogativas, Gamil disse que vai criar um aplicativo de prerrogativas funcional e responsivo, diferentemente do que existe hoje. “Esse aplicativo será moderado por um funcionário da comissão de prerrogativas, inclusive com um botão de pânico para situações emergenciais, como essa ameaça de morte que o colega sofreu por parte de um delegado. Vamos premiar os lugares onde as prerrogativas são respeitadas, profissionalizar e levar a comissão de prerrogativas para o interior, pois hoje há sete procuradores de prerrogativas remunerados na capital, mas nenhum no interior, e vamos fazer uma seleção pública para a contratação desses procuradores”.
Em relação ao enfrentamento do Judiciário, Gamil disse que não adianta dizer que há um déficit de 35% de juízes e de milhares de servidores. “A pergunta concreta é: a OAB-BA tomou alguma providência? Foi proposto algum mandado de segurança?Por que o atual grupo que está há mais de uma década no poder não fez nenhum enfrentamento?” Gamil disse ainda que “a comissão de transparência da OAB tem um único membro. “Faremos uma defesa intransigente e permanente das prerrogativas dos advogados”, disse Gamil, afirmando que “nossas divergências são de idéias e independente de quem ganhar precisamos unir a classe”.