A brincadeira perigosa proposta pelo “desafio da rasteira” ou “desafio quebra crânio” não deve ser feita de forma alguma, de acordo com o neurologista Felipe Costa. A pegadinha consiste em três pessoas lado a lado, o passo seguinte é uma pessoa pular de cada vez. Quando quem está no meio está no ar, recebe uma rasteira dupla, e acaba indo ao chão (assista no vídeo abaixo). O especialista alerta que o tombo pode ser fatal ou levar a sequelas por toda a vida.
Os movimentos vem se popularizando na internet e começaram a ser reproduzidos por crianças e adolescentes em escolas. Uma garota de 16 anos morreu na última segunda-feira (11) em Mossoró, no Rio Grande do Norte, depois de bater a cabeça no chão ao cair durante a brincadeira na escola.
“Entre as complicações envolvendo a brincadeira a gente pode pensar, por exemplo, além do traumatismo cranioencefálico, lesões de coluna, que a gente trama de traumatismo raque medular, e fraturas de ossos longos”, listou Felipe Costa.
O neurologista trata como preocupante o fato de as pessoas minimizarem o fato da queda se dar da própria altura. “É muito grave”, comentou. “Na tentativa de se apoiar o pessoal pode acabar caindo sobre o braço, de mau jeito, e acaba fraturando. Também pode acontecer fratura do crânio, sangramento intracraniano, lesão encefálica decorrente do trauma, apesar de ser uma queda da própria altura, é com velocidade, por causa da brincadeira, da rasteira, acaba tendo aceleração e o impacto é muito forte”, explicou o médico.
Por fim, o especialista destacou a importância dos pais alertarem as crianças e adolescentes para os perigos que a brincadeira oferece. Ele aponta que a informação e conscientização são o caminho para evitar tragédias.
Após repercussão de vídeos com o desafio, a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia divulgou nota em que faz um alerta. “Esta queda pode provocar lesões irreversíveis ao crânio e encéfalo (Traumatismo Cranioencefálico – TCE), além de danos à coluna vertebral. Como resultado, a vítima pode ter seu desempenho cognitivo afetado, fraturar diversas vértebras, ter prejuízo aos movimentos do corpo e, em casos mais graves, ir a óbito”, afirma a entidade em trecho da nota.
No fim, a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia ainda acrescenta que pessoas que fizerem esse tipo de brincadeira podem responder como crime. “O que parece ser uma brincadeira inofensiva, é gravíssimo e pode terminar em óbito. Os responsáveis pela “brincadeira” de mau gosto podem responder penalmente por lesão corporal grave e até mesmo homicídio culposo”, diz o texto. (BN)