Gabriel é graduando em História pela Uesc, pesquisador em Educação Indígena e Relações Sócio-Ambientais.
Pois bem caro ilheense, quer dizer, caro não porque caro mesmo é o preço da passagem. Guerreiro e guerreira ilheense, em nossa batalha do “ir e vir” de todo santo dia, somos derrotados a cada giro de catraca que pagamos. Somos apunhalados, cotidianamente, duas, três ou quatro vezes por nossos representantes públicos que se deixam guiar pelo interesse próprio e pelo poder econômico das empresas de transporte coletivo, em detrimento dos direitos e do bem-estar de uma sociedade cansada e que prossegue inerte a cada dia vivido.
Muitos acharão que estas palavras são extremas e não se sentirão representados pelas mesmas, porém com a certeza de quem muitas vezes corta a cidade utilizando o transporte público, posso afirmar, estas palavras são produto das sensações vividas e compartilhadas diariamente por milhares de trabalhadores, estudantes, aposentados e desempregados deste município. Nosso atual sistema de transporte público assemelha-se a um curral de gado, onde esperamos pequenas eternidades para poder embarcar em um trambolho sobre rodas. Após passarmos pela “roleta russa” e recebemos 2,40 tiros em nossos bolsos, o que ao final do mês resulta em 115 reais à menos em nosso orçamento, precisamos nos espremer com nossos semelhantes que também estão naquele curral, dividindo o mesmo espaço, vislumbrando condições melhores de viagem, mas que não compartilham da mesma indignação. Infelizmente.
Diante deste cenário, e do agora iminente, abusivo e injustificável aumento de 2,60 que acontecerá em 08/06/2014 (Domingo agora!). Me pergunto: Onde estão os impostos exonerados pelo Governo Federal (PIS e CONFINS), que deveriam reduzir a tarifa do transporte coletivo? Cadê a Câmara de Vereadores, os “fiscais do povo” que não tomam vergonha na cara e intercedem a favor da população e contra o aumento? Aonde se esconde a ética e moral do prefeito que deveria governar para o bem-estar da sociedade ilheense e não para os empresários das empresas de ônibus? Em que lugar está o nosso senso crítico e capacidade de reagir, frente à todas estas injustiças e jogadas corruptas utilizadas para esse aumento?
Precisamos nos indignar com essa rotina, com esse sistema financeiro que serve a poucos. Ano passado, provamos nossa força e impedimos o aumento da tarifa. Não podemos deixar que o poder econômico engula o poder político, não somos substratos de acordos e desacordos entre empresários e representantes “públicos”. Sejamos então, protagonistas dessa batalha, unidos somos fortes, unidos e organizados somos invencíveis.
Porque a notícia não para 
