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DIA DO ÍNDIO: A PELEJA DOS TUPINAMBÁS CONTRA A IGNORÂNCIA COLETIVA

Povo-Tupinambá
Eles um dia foram os donos dessa terra. Amavam e tratavam com reverência cada palmo desse chão, suas florestas e rios. Acreditavam tratar-se de um terra sagrada, pois aqui viviam, se alimentavam e, principalmente, eram felizes.
Mas seus dias de paz chegaram ao fim. Com doenças e armas, colonizadores europeus os perseguiram, os mataram, expulsaram de suas terras sagradas, catequizaram-nos e se esforçaram para que sua cultura fosse extinta.
Como um bando errante,passaram a se refugiar nos recônditos da mata. Convivendo com o constante risco de serem encontrados e mais uma vez, mortos e expulsos dos seus refúgios.
Muitos não resistiram e se tornaram caboclos, ou seja, índios fora das tribos. Concentraram-se nas favelas, foram jogados nos presídios, humilhados, saqueados. Mas nunca deixaram de carregar em suas almas o orgulho de serem o que são.
A burrice convencionada de terceiros e a lastimável ignorância coletiva afirmam que por aqui nunca houve índios.  A falta de informação compartilhada os acusa de aproveitadores, que querem roubar a propriedade alheia.  E, tal qual o caboclo Marcelino, um dos primeiros a reivindicar a terra do seu povo de volta por aqui, na década de 30, são taxados de marginais, arruaceiros e vândalos.
Sim, tentaram os deculturar, mas não conseguiram. Sim, eles se miscigenaram, mas possuem o direito constitucional de se autoafirmar enquanto indígenas e, principalmente, reivindicar tudo aquilo que lhes foi usurpado e que é a causa mor da miséria que insiste em aplacar os descendentes dos verdadeiros donos dessa terra.
Viva o povo Tupinambá, que luta para que sua cultura não seja extinta e resiste bravamente nessa peleja contra a ignorância coletiva, fustigada e perpassada pelos descendentes diretos daqueles que outrora os expulsaram do seu solo sagrado.