ILHÉUS 24H :: Porque a notícia não para. Porque a notícia não para

DOMINGO É DIA DA PUXADA DO MASTRO EM OLIVENÇA

Foto: Gidelzo Silva.
Foto: Gidelzo Silva.

Considerado um dos mais importantes eventos do calendário turístico de Ilhéus, a tradicional festa da Puxada do Mastro acontece em Olivença, neste domingo, dia 11 de janeiro. Com origem no século 16, a festa presta uma homenagem a São Sebastião, padroeiro dos estivadores, misturando elementos da religiosidade católica e indígena. Além dos festejos indígenas e religiosos, a parte profana do evento contará com a participação das bandas Batuk Bom, Zahra, Di Bali e Flor do Caribe.

O festejo deste ano teve início no último dia 4, na mata de Ipanema, com a escolha do novo mastro e o replantio de 30 mudas de árvore. Segundo os organizadores, a programação prossegue nesta sexta-feira (9) com hasteamento das bandeiras e acendimento da pira olímpica, às 16h. A abertura oficial do evento acontece com Boi Estrela, cortejo do bloco dos mascarados pelas vias públicas de Olivença e apresentação do grupo de capoeira Liberdade (mestre Gordo), às 17h; Missa na paróquia Nossa Senhora da Escada, às 19:30h; e Ritual Poraci, às 21h.

No sábado (10), a festa da Puxada do Mastro de Olivença será enriquecida por uma missa solene realizada na paróquia Nossa Senhora da Escada, às 19h; apresentação de grupo afro, às 19:30h; show com a banda Batuk Bom, das 20 às 22h; e, fechando a programação na praça Cláudio Magalhães, show com a Banda Zahra, das 22 à meia-noite.

Ponto alto – No domingo (11 de janeiro), ponto alto da festa, a programação será iniciada às 5 horas da manhã com uma alvorada. Na sequência, a partir das 6 horas, serão realizadas diversas celebrações em frente à igreja Nossa Senhora da Escada, na praça Cláudio Magalhães, incluindo o Ritual Poraci (indígena) e a bênção dos machadeiros (religioso). Por volta das 7 horas, após o oferecimento de uma feijoada, os machadeiros darão início à caminhada de cerca de cinco quilômetros até a mata de Ipanema.

Sempre com muitas orações, agradecimentos e rituais em homenagem aos seus ancestrais, os machadeiros efetuam a derrubada da árvore por volta das 10 horas da manhã. Segundo o presidente da Associação dos Machadeiros de Olivença, Arivaldo Batista (Camisa), o grupo deve chegar à praia de Sirihyba às 13 horas. Após o oferecimento de uma nova feijoada, a segunda etapa da puxada do mastro será iniciada às 15 horas. Para às 16 horas, está programado um show com a banda Di Bali. A previsão é de que o novo mastro, acompanhado todos os anos por um grande número de nativos e turistas, alcance a praça Cláudio Magalhães por volta das 17:30h. “É interessante destacar que, uma vez preparado, o novo mastro será colocado no lugar do anterior no dia 20 de janeiro”, ressalta Camisa. Finalizando a programação, o público terá a oportunidade de conferir, na praça Cláudio Magalhães, a apresentação da banda Flor do Caribe.

Origem – Segundo o historiador Erlon Fábio Costa, a festa da Puxada do Mastro de Olivença teve início do século 16, com a chamada corrida de toras, evento que integrava uma série de representações religiosas alimentadas pelos indígenas da região. “A partir do Século 18, passamos a ter a festa com a configuração que chegou até os nossos dias”, ressalta, reiterando que a imagem de São Sebastião desconfigurou a antiga corrida e inseriu os símbolos e elementos da igreja católica.

Apesar disso, Erlon Fábio Costa enfatiza que o mastro, principal símbolo da festividade e utilizado pela igreja para sustentar bandeiras de santos em frente aos templos, serve para demonstrar a resistência da comunidade indígena no que diz respeito aos seus inúmeros aspectos culturais. “Também nesse sentido, é importante acrescentar que a puxada é uma celebração onde homens, mulheres e crianças possuem papéis e funções, o que fortalece a participação comunitária e ajuda a explicar o fato de que, ao longo do tempo e ao contrário de outros eventos, essa manifestação se mantém forte e revigorada”, afirma o historiador.