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EDITORA MONDRONGO LANÇA TERCEIRA EDIÇÃO DE “A CASA VERDE & OUTROS POEMAS”

casa verdeA editora Mondrongo lançará dia 28 de maio, entre as 18 e 20 horas, na livraria Nobel, em Itabuna, a terceira edição, revista e ampliada, do livro “A Casa Verde & Outros Poemas”, de Cyro de Mattos, com tradução para o inglês de Luiz Angélico e ilustrações do artista plástico Ângelo Roberto.

A obra compõe-se de duas partes, como o próprio título indica. No primeiro momento,  o poeta inspira-se na Casa Verde, que serviu de residência para Henrique Alves (1861-1942), coronel do cacau, e sua família, onde percebe-se versos despojados, de lirismo puro. O segundo momento é formado pelos poemas “Canto a Nossa Senhora das Matas”, “Um Poema Todo Verde”, “Morcego”, “Boi”, “Galos”, “A Roda do Tempo”, “A Árvore e a Poesia”, “Passarinhos” e “Devastação” (I,II). São poemas de vibrante força telúrica, puros como o chão de quem possui um modo próprio de fazer poesia universal sem perder de vista os muros da aldeia, ou seja, por meio de seu timbre nativo da origem tornada linguagem, como bem sublinhou o crítico e poeta Ledo Ivo.

Para o editor Gustavo Felicíssimo, lançar um livro de poesia nos dias de hoje parece algo incomum, já uma obra desse gênero alcançar a terceira edição é, seguramente, quase um milagre. Por isso a editora tratou como uma honra a possibilidade de publicar o livro em questão.

Em “A Casa Verde & Outros Poemas” o premiado poeta baiano (de Itabuna) faz uma viagem no tempo perdido e busca recuperar sua alma através do diálogo que estabelece entre a poesia e a memória, que é o lugar de onde emerge a história com as pessoas, fatos e coisas. Local de importantes decisões políticas do município, reuniões sociais e festivas, a Casa Verde tornou-se cenário de luxo e requinte nos anos 30. Preserva até hoje em seu acervo o passado da conquista e do domínio dos coronéis do cacau. O poeta recria com suficiência um tempo áureo da civilização cacaueira baiana, sugerido pelas peças e indumentárias dos séculos XIX e XX, pertencentes à família de Henrique Alves.  

Em cada coisa que toca, em cada voz que escuta, no aroma que  flui nos cômodos, na solidão de Dona Elvira, que não teve o herdeiro para prosseguir o ciclo, usa os referenciais como signos identificáveis do homem e a vida. E filtra com densidade poética o mundo e a solidão, o fausto e o triste, o efêmero e o eterno onde tudo se esconde.

Há que ressaltar em “A Casa Verde & Outros Poemas” a tradução primorosa  para o inglês realizada pelo poeta, ensaísta e professor emérito doutor Luiz Angélico. Homem erudito, simples e fraterno, de uma atuação admirável como professor de inglês no curso de Letras da Universidade Federal da Bahia. Tradutor renomado, sua tradução para a língua inglesa de “A Casa Verde & Outros Poemas” é possivelmente um de seus últimos trabalhos no setor. O poeta Cyro de Mattos ao dedicar-lhe o livro não só celebra a amizade e o apreço que tinha por ele, mas presta justa homenagem a quem tanto se dedicou ao ensino do inglês na UFBA e à arte da tradução, desvendando com competência seus limites e modos para que muitos possam conhecer a linguagem de outros povos, com sua alma, seus costumes, seu cotidiano, suas dores e sonhos.

Mais informações através dos telefones (73) 3041-3116 / 9147-0223.