O candidato do PT à Presidência deu entrevista, nesta segunda, ao programa da TV Cultura transmitido também ao vivo pelo Twitter, Youtube e Facebook. Ele disse que as qualificações de Bolsonaro “não o habilitam para governar o país em uma democracia”.
Haddad se dividiu entre apresentar suas propostas e atacar o adversário em suas falas, estratégia adotada desde o início da campanha e que sempre passou pelo confrontamento indireto com Bolsonaro.
Haddad ainda falou sobre uma autocrítica feita e a relação dele com Ciro Gomes do PDT afirmando que “Eu era dos petistas que cogitava que o PT podia apoiar o Ciro à Presidência da República, se houvesse uma aproximação maior”. O petista defendeu no Roda Viva os resultados das articulações petistas, citando também a ex-ministra Marina Silva (Rede). Ela anunciou o voto, que chamou de “apoio crítico”, no petista justamente com base no discurso de que Bolsonaro representa uma ameaça ao sistema vigente.
O ex-prefeito de São Paulo ainda deu a entender que são apenas questões partidárias que impedem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), outro que tem feito críticas constantes e nesta mesma linha a Bolsonaro, de apoiá-lo. “Fernando Henrique, que não pode declarar apoio a mim por questões do seu próprio partido, tem demonstrado seu inconformismo”, argumentou.
Também afirmou estar fazendo o papel de avisar à sociedade sobre as consequências de um eventual governo de seu rival: ‘Os sociais democratas alemães erraram ao alertar sobre os riscos da chegada de Hitler ao poder?’, questionou. Para embasar a sua argumentação, o ex-prefeito de São Paulo citou o que chamou de “credenciais” do deputado federal, controvérsias envolvendo a defesa da atuação do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, identificado como um torturador durante a ditadura militar brasileira, o episódio da briga com a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) e a palestra a respeito de quilombolas e populações tradicionais, que rendeu a Bolsonaro uma denúncia por racismo – arquivada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro foi convidado a participar do programa, mas recusou. O apresentador do programa disse que ofereceu ao candidato a opção de enviar uma comitiva para a casa dele ou local onde se sentisse confortável e ainda assim a entrevista foi rejeitada pelo candidato do PSL.