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EM NOTA, REÚNE ILHÉUS REPUDIA ATITUDES DA CÂMARA

grupo na camaraMuito já foi dito desde que Ilhéus ingressou, corajosamente, nas jornadas de junho. O REÚNE ILHÉUS construiu sua força e argumento em praça pública, com muitas vozes, cores, sabedoria e emoções transbordantes de cada ilheense que se aproximou para contribuir. Entre esses clamores, estava o posto de saúde sem atendimento, a humilhação do idoso no transporte coletivo, a inacessibilidade do portador de deficiência física, o aluno primário que não teve acesso à escola, o horror dos hospitais, a cidade às escuras, o lixo apodrecendo nas ruas, o jovem aflito sem oportunidades, o trabalhador estrangulado por seu salário, o negro morrendo nos morros, a agricultura familiar esquecida, o indígena alijado pelo estado, as drogas consumindo os homens, os buracos evidenciando o fosso profundo em que nossa cidade se sonega a cada dia.
Se o ilheense é atingido e conhece tal realidade, o que dirá então seus representantes, eleitos por sufrágio legal, vereadores e prefeito. Conhecedores da dura realidade como são, seus esforços em alcançar os mandatos revelam a gana imensurável em sanar os problemas do município. Coerente, não é? SÓ QUE NÃO!
A coerência passou muito longe das atitudes dos eleitos em Ilhéus. Ontem, dia 28 de agosto, o REÚNE ILHÉUS esteve presente na sessão da Câmara de Vereadores, acompanhando a tramitação da denúncia para requerimento de CEI (Comissão Especial de Inquérito), que passaria pela apreciação dos vereadores presentes. O REÚNE ILHÉUS acreditou que os funcionários da casa do povo, mais conhecidos como vereadores, reconhecessem o valor premente de uma investigação do transporte público na cidade, essencial para o esclarecimento sobre as relações atualmente inexplicáveis entre o poder público e as licitantes.
O REÚNE ILHÉUS entende que um comportamento investigatório, comprobatório e transparente é o único caminho possível hoje entre a população e seus governantes. Infelizmente, os nossos vereadores não pensam assim. A Câmara revelou algo que muitos de nós ainda resistiam em acreditar: existe uma oposição que vota, até então, pela justiça social, e uma bancada de governo que vota por Jabes Ribeiro.
Ou seja, existem doze vereadores que exercem seus mandatos cegamente, guiados pelo calor das pretensões de uma gestão autoritária. Nunca governaram para o povo. Não suficiente uma situação constrangedora como essa assistida, o Presidente da Câmara, o vereador Josevaldo Machado, ainda se comporta ditatorialmente, tratorando requerimentos de colegas que se colocam a favor da democratização do andamento da sessão. Para o senhor Josevaldo, o Regimento Interno da casa é maior, muito maior, que a Constituição Federal.

Para além disso, nenhuma explicação plausível foi dada sobre o arquivamento da denúncia da CEI. Foi arquivado e pronto, fim de conversa. Não é a toa que os servidores amordaçaram suas bocas, simbolicamente, durante aquela tarde. Vivemos uma ditadura civil em Ilhéus. Não há a quem recorrer, nem ao executivo, nem ao legislativo, nem à justiça. É desesperador. Frente a isso, o REÚNE ILHÉUS se prostrou em frente ao plenário em protesto, não podendo mais conter os gritos de revolta na garganta de tantos estudantes e trabalhadores. Em seguida o vereador Rafael Benevides pulou por cima da estrutura do salão e o vereador Gurita, membro da Comissão de Transportes e Líder do governo Jabes Ribeiro, avançou desvairadamente com o punho erguido para o rosto de um jovem manifestante. Ele gritava: “Eu vou passar, eu vou passar de qualquer jeito!”. Emblemático. Representa, inequivocamente, a intenção desses homens perante o cidadão ilheense. Passar por cima, atropelar, esbofetear. 
É amargo demais provar dessa decepção. Lamentamos dolorosamente por Ilhéus e esperamos que nossos homens e mulheres estendam suas memórias até as próximas eleições.
O REÚNE ILHÉUS, apesar de tanta violência e intransigência do poder público, continua sua luta por essa cidade abençoada em beleza, força e capacidade. Estamos juntos, ilheenses.
Esperávamos que fosse um entendimento mútuo. 
Uma vez que não é, venceremos essa guerra.