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EPIDEMIA DE DENGUE NO BRASIL: RECORDE HISTÓRICO DE MORTES REGISTRADO

Números divulgados pelo Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde nesta segunda-feira (08) revelaram que o Brasil alcançou um triste recorde: 1.116 mortes por dengue nas treze primeiras semanas deste ano, marcando uma taxa sem precedentes.

Essa estatística assombrosa representa o maior índice desde que os registros começaram, em 2000. O recorde anterior foi estabelecido no ano passado, com 1.094 óbitos. Em 2022, o país já enfrentava um cenário preocupante, com 1.053 mortes atribuídas à doença.

Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, lamentou o desfecho previsível: “Infelizmente, já prevíamos esse número alarmante de mortes e a quebra de recordes em relação aos anos anteriores. Estamos diante de uma epidemia de proporções inéditas, com um número significativo de casos em diversos municípios e estados, o que inevitavelmente se traduziu em um aumento nas fatalidades.”

Comparativamente, no mesmo período do ano anterior, o país registrou 388 mortes, o que evidencia o agravamento da situação. Além disso, os números de casos confirmados da doença também atingiram um patamar sem precedentes, totalizando 2.963.994 até agora, superando os 589.294 casos registrados nas treze primeiras semanas de 2023.

Chebabo enfatizou a natureza evitável dessas mortes: “As mortes por dengue são sempre evitáveis. O tratamento básico, que envolve hidratação adequada, é fundamental para prevenir complicações graves, mas infelizmente, em muitos estados e municípios, a estrutura necessária para evitar um número tão elevado de óbitos não foi implementada.”

Em fevereiro, Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, projetou que o Brasil poderia chegar a 4,2 milhões de casos de dengue neste ano. Entretanto, recentemente, o governo destacou que a maioria dos estados já passou do pico de casos.

Dos 27 estados brasileiros, oito estão em declínio consistente de casos, enquanto 12 mantêm uma estabilidade na incidência da doença. Contudo, 11 unidades da federação decretaram estado de emergência devido à dengue: Acre, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Amapá, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

O Ministério da Saúde também identificou os sorotipos do vírus mais prevalentes no país através de exames laboratoriais. O sorotipo 1 é o mais comum, presente em todos os estados, seguido pelo sorotipo 2, encontrado em 24 estados e no Distrito Federal. É preocupante notar que os quatro sorotipos da dengue estão em circulação simultânea no território nacional, sendo que Minas Gerais é o único estado a reportar a presença de todos eles.

É fundamental conscientizar a população sobre a gravidade da situação e a importância das medidas preventivas, especialmente em áreas onde a doença está mais presente. A dengue continua sendo um desafio de saúde pública que demanda uma resposta coordenada e eficaz por parte das autoridades e da comunidade em geral.