
Apresentar sua tese de doutorado, em até três minutos, de maneira persuasiva e sem simplificar muito, para uma banca que não é de sua área de estudo. Essa é a missão dos participantes do 3MT (Three Minute Thesis), Tese em Três Minutos, competição criada em 2008, pela Universidade de Queensland, na Austrália, que está se espalhando em várias instituições pelo mundo.
Dois anos depois de sua criação, outras universidades australianas e algumas da Nova Zelândia aderiram ao evento. Hoje pelo menos 170 instituições em 17 países testam a habilidade de comunicação de seus doutorandos. A regra geral é apresentar a tese em até três minutos (quem ultrapassa o tempo é desclassificado), com ajuda apenas de um slide estático de Power Point, para jurados que não têm relação com os temas dos trabalhos. Não é permitido o uso de equipamento eletrônicos. As premiações variam de acordo com a instituição.
Embora ainda não haja universidades brasileiras promovendo a competição, há pelo menos um ganhador nascido no Brasil que venceu o 3MT do departamento de neurociência da instituição em que estuda, a Wake Forest University, nos Estados Unidos.
O cearense Alexander Birbrair, de 27 anos, é biomédico e faz doutorado em neurociência nos Estados Unidos. Ele disputou o 3MT na Wake Forest University, no dia 28 de março, com 52 estudantes. A apresentação é em inglês. Confira o vídeo.
“A regra é explicar porque sua tese é importante para a sociedade. Há um auditório, um microfone, um slide em Power Point estático. Não pode usar vídeo, nem outros artifícios, como por exemplo, cantar. Vence a melhor explicação”, diz.
Birbrair estuda as células-tronco nos vasos sanguíneos e sua importância na doença e na regeneração residual. Em sua apresentação no dia da competição, o brasileiro fez uma brincadeira ao comparar “células-tronco boas” a peças de Lego e “ruins” com chiclete. Ele explicou que há crianças que usam chiclete para grudar as peças de Lego e montar casas, outras só usam o brinquedo.