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EXÉRCITO DECIDE INSTAURAR PROCESSO ADMINISTRATIVO CONTRA PAZUELLO

Em meio a pandemia, ex-ministro e presidente promoveram aglomeração no Rio de Janeiro.

O Exército decidiu abrir um processo administrativo contra o ex-ministro da Saúde e general da ativa Eduardo Pazuello pela participação do ato no Rio de Janeiro com o presidente Jair Bolsonaro. Sem máscaras, eles provocaram aglomeração em um passeio de moto.

O gesto se configura uma transgressão disciplinar, segundo militares da cúpula do Exército. Pazuello será investigado por ter violado o Regulamento Disciplinar do Exército, que prevê punição para “quem manifestar-se publicamente, militar da ativa, sem que esteja autorizado a respeito de assuntos de natureza político partidária”.

Nesta segunda-feira, 24, o ministro da Defesa, general da reserva Walter Braga Netto, e o comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, se reuniram para discutir o gesto do general da ativa. A informação foi confirmada ao jornal Folha de S. Paulo por fontes do Ministério da Defesa.

Ficou decidido que uma posição formal sobre o caso deve ser dada pelo Exército. No entanto, mais de 30 horas após o ocorrido, nenhum comunicado foi ainda emitido. Mas integrantes do Alto Comando da Força pressionam pela divulgação de uma nota em que haja uma posição do Exército.

Mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que Pazuello sofreria alguma punição do Exército por participar da manifestação. “O episódio será conduzido à luz do regulamento. Eu já sei que o Pazuello entrou em contato com o comandante, colocando a cabeça dele no cutelo, entendendo que ele cometeu um erro”, disse Mourão no Palácio do Planalto.

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, caracterizou como “péssimo para o Brasil” a participação de Pazuello na protesto.

Em sua conta no Twitter, Santos Cruz postou que “de soldado a general tem que ser as mesmas normas e valores […] o presidente e um militar da ativa mergulharem o Exército na política, é irresponsável e perigoso. Desrespeitam a instituição. Um mau exemplo, que não pode ser seguido”.

Já o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, Omar Aziz (PSB-AM) afirmou que a participação de Pazuello no ato político deve entrar na mira da CPI. “Lógico que isso vai ser analisado pela CPI, não tenha dúvida”, disse em entrevista ao portal UOL.

Na quarta-feira, 19, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, defendeu que membros da ativa das Forças Armadas sejam “devidamente punidos” caso participem de manifestações, independente da ideologia política. A declaração foi feita durante reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. [A Tarde]