As exportações baianas registraram crescimento de 15,4% comparadas a igual mês de 2021, alcançando US$ 523,6 milhões. Com isso, nos primeiros dois meses do ano, as exportações do estado chegaram a US$ 1,32 bilhão, com aumento de 23,7% sobre o mesmo período de do ano passado. Já as importações alcançaram US$ 507,9 milhões e tiveram aumento 24,8% sobre fevereiro do ano passado. No acumulado do ano, as importações ficaram em US$ 2,03 bilhões, e aumento de 86,3% na mesma base de comparação. Com esses resultados, a balança comercial do estado apresentou déficit de US$ 704,5 milhões no bimestre. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan).
Houve volume crescente das exportações em fevereiro (quantum), em aproximadamente 19%, mas queda nos preços, que caíram em torno de 3% em média, sempre comparados com o mesmo mês do ano passado. A quantidade embarcada no mês subiu 18,9% enquanto os preços médios caíram 2,96% em fevereiro contra igual mês de 2021.
O que motivou o desempenho positivo no mês foram os embarques mais robustos de soja por causa do tempo da safra, plantada e colhida mais cedo em relação ao ano passado (106,8%), além dos derivados de petróleo que subiram 1.036%, graças a conjuntura de cotações favoráveis no mercado internacional, assim como de petroquímicos em 22%, tudo comparado a fevereiro do ano passado.
No recorte por setor, o maior crescimento no mês foi observado na indústria de transformação, com alta de 19,6%, puxado pelo refino e pelo setor petroquímico, principalmente via preços. Houve crescimento de 13,2% nas vendas da agropecuária e queda de 1,2% na indústria extrativa.
Do lado da importação, a elevação em fevereiro resultou principalmente do aumento do volume desembarcado, principalmente de petróleo e derivados, trigo e fertilizantes, que empurraram a alta no total importado no mês em 20,65%. Os preços também cresceram, mas em ritmo menor (3,4%), mas com tendência de alta em função da continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Importações puxadas mais por preços do que volumes devem fazer parte do cenário esperado para os próximos meses. A guerra, conforme sua duração pode intensificar o ritmo de alta de preços nos desembarques, acumulando-se aos efeitos da inflação global resultante dos gargalos logísticos e do descompasso entre oferta e demanda anteriores ao conflito.
Do lado das exportações, espera-se relativa preservação dos números alcançados em 2021, com as receitas sendo beneficiadas pelo cenário de manutenção de cotações ainda historicamente valorizadas para as principais commodities exportadas pelo estado, com destaque para a elevação expressiva dos preços derivados de petróleo, alimentados pelos riscos de menor oferta diante da intensificação de sanções contra a Rússia.