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FALAR EM CARNAVAL E RÉVEILLON É MUITO PRECOCE, DIZ CHEFE DO BUTANTAN

Mesmo com avanço da vacinação, especialistas pedem cautela.

Em contraponto ao posicionamento de algumas autoridades estaduais e municipais do Brasil, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, que também é membro do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo, disse que ainda não é o momento de pensar em eventos com grandes aglomerações como Réveillon e Carnaval.

“É muito precoce. Não sabemos o que vai acontecer. O grande aprendizado atual é o seguinte: a pandemia não é uma situação matemática. Temos que observar dia a dia”, afirmou em entrevista ao UOL.

Em São Paulo, o governador João Dória (PSDB) disse que haverá reabrtura gradual do público em eventos graduais a partir de outubro. Já o prefeito Ricardo Nunes (MDB) garantiu que a capital paulista terá Réveillon e Carnaval.

Em Salvador, o prefeito Bruno Reis (DEM) pretender realizer um evento-teste com 500 pessoas no final de julho. A medida foi criticada pelo governador Rui Costa, que diz não considerar o momento “adequado”.

“No ano passado, muitos falavam que a pandemia acabaria em setembro, outubro. Ela piorou em novembro e abril deste ano foi o mês mais grave da pandemia. Tivemos quase o dobro de casos e óbitos do ano passado. Ainda veio a variante Delta, nova, precisamos ver o comportamento, o que vai acontecer. Ela apresenta problemas com algumas vacinas —não com a CoronaVac. É muito precoce [a discussão sobre reabertura]”, disse Dimas Covas.

Nas últimas semanas, o Brasil tem vivido certa estabilidade, com queda na média móvel de casos e mortes por covid-19, o que accreditam especialistas, ser um primeiro reflexo da vacinação no país. O Brasil tem pouco mais de 35% da população vacinada com uma dose e outras 13% completamente imunizada.

“Estamos em ambiente de medidas de restrição, tendo um efeito claro da vacinação. O que não se pode fazer é uma reabertura generalizada, que aí corremos o risco de fazer o que aconteceu em outros países…Nós precisamos descer os números de casos, óbitos e internações, mas descer substancialmente, e aí, sim, pensar em aberturas mais amplas”, diz o chefe da Butantan. [A Tarde]