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FAMÍLIA DENUNCIA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO HOSPITAL COSTA DO CACAU

 

Uma denúncia de intolerância religiosa envolvendo o Hospital Regional Costa do Cacau, em Ilhéus, sul da Bahia, foi registrada nesta terça-feira (21). Duas mulheres afirmam que tiveram o pedido de visita de um pastor ao pai, internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), negado pela psicóloga de plantão. A unidade de saúde negou as acusações de violência religiosa.

As irmãs Dalete e Josiane Santos, que frequentam a Igreja Adventista do Sétimo Dia, decidiram levar o pastor para orar pelo pai, João Soares Santos, de 72 anos, internado na UTI após complicações de saúde decorrentes da diabetes. Segundo elas, a recusa aconteceu na primeira visita à UTI, mesmo após elas argumentarem sobre a Lei Federal nº 9.982/2000, que garante assistência religiosa em espaços de internação.

“Eu falei: ‘oi, querida, ele é pastor. A gente gostaria que ele entrasse para fazer uma oração para o nosso pai’. Aí o pastor falou pra ela que tem uma lei que nos confere esse direito. Ela respondeu: ‘aqui não’. Simplesmente foi vetado esse direito e pronto”, relatou Josiane Santos.

A família tentou contato com a direção do hospital, mas não obteve retorno. Diante disso, procuraram o posto da Polícia Militar localizado na área externa da unidade, onde foram orientadas a registrar o caso na 1ª Delegacia Territorial (DT) de Ilhéus. Além da denúncia, elas afirmam que buscarão medidas judiciais para que o direito de assistência religiosa seja respeitado.

João Soares Santos está internado desde o último sábado (18), quando foi submetido a uma amputação devido a complicações da diabetes. Na segunda-feira (20), ele foi transferido para a UTI após apresentar problemas renais. Com informações do G1.

Posicionamento do Hospital

Em nota, o Hospital Regional Costa do Cacau negou as acusações de intolerância religiosa. A unidade destacou que segue protocolos específicos para acesso à UTI, considerando a proteção dos pacientes e o controle de infecções, mas não detalhou os critérios que impediram a entrada do pastor no caso relatado.

Amparo Legal

A Lei Federal nº 9.982/2000 assegura a liberdade de crença e o direito à assistência religiosa em estabelecimentos de internação coletiva, incluindo hospitais públicos e privados. O caso em questão reacende o debate sobre a necessidade de alinhar os direitos dos pacientes e suas famílias com os protocolos hospitalares, especialmente em ambientes como UTIs.

Investigação e Repercussão

O caso segue em investigação pela Polícia Civil de Ilhéus. Enquanto isso, a denúncia trouxe à tona discussões sobre intolerância religiosa e o papel das instituições de saúde no respeito à diversidade religiosa dos pacientes.

As irmãs esperam que a mobilização judicial e social contribua para evitar que outros pacientes e famílias passem por situações semelhantes. “Queremos que o direito à assistência espiritual seja respeitado. Nosso pai precisava de conforto, e isso nos foi negado”, lamentou Dalete Santos.

Acompanhe as atualizações sobre o caso em nossas próximas edições.