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FAMÍLIAS TENTAM PROVAR INOCÊNCIA DE CONDENADOS POR TENTATIVA DE LATROCÍNIO

FOTO: TV Santa Cruz

A família de dois jovens condenados por uma tentativa latrocínio – roubo seguido de morte – está tentando provar na Justiça que a dupla é inocente. O crime aconteceu na cidade de Ilhéus.

A defesa de Davi Batista Fernandes dos Santos, 20 anos, e Ueverton Freire de Santana, 21, diz que um deles foi confundido com outra pessoa. O advogado Marcos Bandeira encontrou um novo suspeito, com características semelhantes às de Davi.

“As vítimas já sabiam que um dos meliantes tinham o cabelo tingido e tinha uma tatuagem. Então eles pegaram quatro fotografias, três de pessoas morenas e uma que era de Davi. Evidentemente que elas iam escolher Davi. Então esse tipo de reconhecimento é muito falho. As vítimas foram manipuladas para acreditar que o autor do crime foi o Davi e esse garoto, o Ueverton. Agora a família tomou conhecimento da pessoa que efetivamente participou desse fato”, disse o advogado Marcos Bandeira

O crime aconteceu no dia 8 de junho de 2018. Três pessoas foram rendidas. No momento do assalto, um policial militar levou um tiro na coluna e ficou tetraplégico. Davi e Ueverton foram presos na madrugada do dia 9 de junho de 2018. Eles foram condenados em novembro do mesmo ano.

Parentes, amigos e conhecidos dos dois dizem que não entendem o porquê de eles estarem presos. “Meu filho estuda, meu filho trabalha e está aí, pagando por uma coisa que não fez. Isso não é justo”, disse Fabiane Freire, mãe de Ueverton.

A mãe de Davi, Flávia Costa, complementou: “Eu estou sofrendo, eu estou presa junto com meu filho. Como ele falou: ‘Mainha, eu estou sofrendo com um erro judicial’”.

A esposa do jovem de 20 anos, Fabriciane Freire, falou sobre a dificuldade de criar o filho do casal sem a presença do marido. “Meu filho hoje cresce sem o pai. Um sofrimento, porque eu vejo meu filho crescer e ele não está acompanhando”.

Sobre a condenação dos dois jovens em novembro do ano passado, em primeira instância, uma nova decisão caberá ao Tribunal de Justiça da Bahia.

O Ministério Público também não quis gravar entrevista. O órgão informou, por telefone, que rebateu todos os argumentos da defesa durante o processo e afirmou que todas as provas foram consistentes e que não houve fraude processual.

O MP disse ainda que o reconhecimento feito pelas três vítimas não deixou dúvidas e que o acusado apontado pela defesa como autor, depois da condenação, tem características diferentes de Davi.

Ainda segundo a promotora do caso, o processo está no Tribunal de Justiça da Bahia em grau de recurso e nessa fase não é mais possível produzir prova. A partir da decisão do TJ-BA, a defesa pode pedir revisão criminal. (G1-BA)