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FUGA HISTÓRICA: DETALHES E INCERTEZAS SOBRE O ESCAPE DE PRESOS DO PRESÍDIO FEDERAL EM MOSSORÓ

Os detentos Deibson Cabral Nascimento (à esquerda) e Rogério da Silva Mendonça fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) — Foto: Reprodução

Dois presos ligados ao Comando Vermelho, identificados como Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, protagonizaram uma fuga histórica na quarta-feira (14) da Penitenciária Federal de Mossoró, localizada no Rio Grande do Norte. Esta é a primeira vez que tal evento é registrado desde a criação do sistema penitenciário federal em 2006. Ambos acumulam uma sentença total de 155 anos por diversos crimes, incluindo homicídio, roubo, tráfico de drogas e organização criminosa.

Rogério, de 35 anos, é condenado a 74 anos de prisão, enquanto Deibson, de 33 anos, também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”, possui uma pena de 81 anos. Ambos estavam na penitenciária de segurança máxima desde setembro de 2023, transferidos após participarem de uma rebelião que resultou em cinco mortes em outra unidade.

A fuga levanta questões sobre a segurança da penitenciária. Embora o Ministério da Justiça, responsável pela unidade, não tenha detalhado o método de fuga, suspeita-se que as obras em andamento possam ter contribuído para o ocorrido. Não há informações sobre a presença de cúmplices externos ou a quantidade de agentes penitenciários presentes no momento da fuga.

Como resposta ao incidente, medidas emergenciais foram tomadas, incluindo o afastamento da direção da penitenciária e a nomeação de um interventor. Além disso, foi aberto um inquérito para investigar as circunstâncias da fuga, com mais de 100 agentes federais mobilizados para a recaptura dos fugitivos. O secretário André Garcia, da Secretaria Nacional de Políticas Penais, deslocou-se para Mossoró com uma equipe para acompanhar de perto as investigações.

O sistema penitenciário federal, criado para combater o crime organizado e isolar líderes perigosos, abriga detentos que se enquadram em critérios específicos, incluindo membros de organizações criminosas e indivíduos envolvidos em crimes violentos.

A Penitenciária Federal de Mossoró, inaugurada em 2009, passa atualmente por uma reforma, o que pode ter influenciado na fuga. Com uma capacidade para 208 presos, a unidade é equipada com celas individuais de 7m², divididas em quatro pavilhões. Dentro delas, há dormitório, sanitário, pia, chuveiro, uma mesa e um assento. Não há tomadas, nem equipamentos eletrônicos.

Mais 12 celas de isolamento estão disponíveis para os presos recém-chegados ou que descumprirem as regras. Cada movimento do preso é monitorado, e as mãos devem estar sempre algemadas no percurso da cela até o pátio onde se toma sol. Câmeras de vídeo reforçam a segurança 24 horas por dia, segundo o governo federal.

Além disso, dentro do presídio, há biblioteca, unidade básica de saúde e parlatórios para recebimento de visitas e de advogados, além de local para participação de audiências judiciais. Informações; G1