O presidente Jair Bolsonaro deve anunciar, em pronunciamento nesta terça-feira, 19, um novo protocolo do Ministério da Saúde para o uso da cloroquina em pacientes em estágios iniciais de infecção pela Covid-19, revelou o site da revista Veja. O anúncio estava programado para o último sábado, 16, mas foi adiado.
Até o momento, o protocolo do ministério é a prescrição de cloroquina em pacientes graves em internação hospitalar com doses diárias de até 900 mg por dia. O ministério também abre a possibilidade de os médicos receitarem o remédio aos pacientes da forma que julgarem melhor.
O novo protocolo, que deve propor doses mais baixas para pacientes ambulatoriais diante do risco de complicações cardíacas como efeitos colaterais, está sendo elaborado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE) do Ministério da Saúde, chefiada até algumas semanas pelo técnico Denizar Viana, considerado um especialista no assunto.
Viana deixou a secretaria para se tornar assessor especial do ex-ministro Nelson Teich. Para se tornar válido, o protocolo deve ser assinado por um responsável técnico, um médico, e pelo ministro da Saúde interino, o general Eduardo Pazuello. Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, Pazuello levou a Jair Bolsonaro, nesta segunda, a proposta de um novo protocolo para uso da cloroquina em pacientes de Covid-19.
O documento que oficializa o uso do medicamento no tratamento em rede pública de pacientes com quadros leves, aos primeiros sintomas da doença, tem sido uma determinação de Bolsonaro desde a saída do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, contrário à medida.
A pílula de Trump
O presidente dos EUA, Donald Trump afirmou nesta segunda-feira que “vem tomando uma pílula de hidroxicloroquina” diariamente, há uma semana e meia, mesmo sem sintomas da Covid-19 e contrariando as recomendações das autoridades sanitárias do país. A declaração foi feita a um grupo de repórteres na Casa Branca.
“Perguntei a um médico da Casa Branca o que ele pensava. Ele me perguntou se eu queria tomar, eu disse que sim. Muitos profissionais de saúde da linha de frente estão tomando hidroxicloroquina. Eu não usei antes porque, bem, as pessoas diriam que eu sou dono da empresa (fabricante), afirmou, dizendo não ter apresentado efeitos colaterais do medicamento. “Veja os médicos e enfermeiras. Muitos estão usando isso. De forma preventiva”, defendeu.