O candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) afirmou que irá convidar o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) a assinar uma “carta de compromisso” que estabeleça um “protocolo ético” para a abordagem das campanhas no segundo turno.
Para o candidato petista, o acordo visaria reduzir a veiculação das famosas “fake news” e aumentar a credibilidade das publicações de ambas as campanhas. “Vamos fazer esse esforço para que eles assinem uma carta de compromisso contra a calúnia e a difamação anônima que acontecem nas redes sociais, sobretudo o WhatsApp”, disse o candidato.
Via Twitter, o candidato Jair Bolsonaro respondeu de forma veemente chamando o petista de “canalha” e o acusou de espalhar mentiras sobre o seu plano de governo. “Ontem propôs combate às notícias falsas, hoje espalha mentiras descaradas a meu respeito. Quem está a favor do povo faz política com a verdade, não trabalha a serviço de um corrupto preso, nem faz parte da quadrilha que assaltou os brasileiros e colocou o país na lama. Canalha!”.
Também pelo Twitter, Haddad rebateu que tentou a aproximação, mas não foi possível pois o candidato adversário estaria se beneficiando das publicações falsas. “O Bolsonaro não quer assinar um protocolo ético e isso é um atestado de desonestidade. Se ele tivesse interesse de retirar as mentiras da internet, teria aceitado o acordo. A gente sabe de onde vem e por isso ele não tem interesse em combater, ele se beneficia com essas mentiras.”
Como estratégias para o segundo turno, os candidatos adotaram posturas diferentes. Bolsonaro acredita que agora é hora de se concentrar no nordeste, onde perdeu em todos os estados, e vai focar o seu programa de governo na região. O pensamento dos coligados do ex-militar é de que naturalmente ele será alavancado após a divisão que se deu no primeiro turno e os votos antipetistas se dirigirão todos a ele. O candidato também pode se beneficiar de ter mais tempo de televisão para expôr suas propostas neste segundo turno.
Já Fernando Haddad fez acenos para o centrão na direção de Ciro, Marina, Alckmin e Meirelles tentando arrecadar os votos que foram destinados aos outros candidatos com possíveis alianças. “Temos todo interesse em que as forças democráticas progressistas estejam unidas em todo esse processo de reparação”, disse.