Um levantamento realizado e apresentado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), nesta segunda-feira, 4, aponta que apenas 14,5% dos magistrados do Judiciário brasileiros são negros. Quando considerado o número total de servidores do conselho, o número sobe para 29,1%.
Os dados foram apresentados durante lançamento do Programa Nacional de Promoção da Equidade Racial no Poder Judiciário. A ideia é desenvolver ações para superar a desigualdade de representação racial nos tribunais.
A ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, lembrou do assassinato da Ialorixá e liderança quilombola baiana Bernadete Pacífico, e afirmou que a desigualdade entre negros e brancos nos tribunais reflete uma sociedade violenta e discriminatória.
“Era necessário um exame interno para avaliação de nossas estruturas como poder Judiciário. E, como apurou o censo demográfico de 2018, [o sistema é] majoritariamente branco e masculino e pode se tornar um reprodutor de violências em face das pessoas negras”, afirmou a ministra.