Nesta quinta-feira (14), o juízo da Vara do Júri e Execuções Penais de Ilhéus, absolveu Kelly Mendes Barreto, acusada de matar o marido e os dois filhos por envenenamento em junho de 2023 (relembre aqui).
O juiz Gustavo Henrique Almeida Lyra fundamentou a decisão em um laudo pericial que confirmou transtornos mentais graves, atestando sua incapacidade de autogoverno e inimputabilidade penal.
O documento técnico utilizado na decisão aponta que o transtorno mental de Kelly não tem cura e apresenta risco de reincidência, o que reforça sua periculosidade. O juiz determinou que, após sua soltura do Conjunto Penal de Itabuna, Kelly seja submetida a acompanhamento obrigatório no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Ilhéus por, no mínimo, três anos, conforme previsto no artigo 97 do Código Penal.
O caso ganhou repercussão nacional, especialmente pela gravação feita pela acusada, que registrou o sofrimento do marido após ser envenenado. O laudo pericial descreveu Kelly como bem cuidada, com memória e atenção preservadas, mas destacou seu comportamento frio e desprovido de alterações aparentes no humor.
Na sentença, o magistrado afirmou: “O diagnóstico enunciado no resultado da perícia descreve compreensão da ilicitude dos fatos combinada com incapacidade biológica de autogoverno.” Apesar da medida de segurança imposta, o Ministério Público já anunciou que irá recorrer da decisão, apontando o risco à sociedade.