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JUSTIÇA CONDENA EX-PRFS QUE TORTURARAM HOMEM NEGRO EM PORTA-MALAS DE VIATURA

Em um julgamento histórico, três ex-policiais rodoviários federais foram condenados neste sábado (7) pela morte de Genivaldo de Jesus Santos, ocorrida em maio de 2022, em Umbaúba, Sergipe. O júri popular reconheceu os crimes de homicídio triplamente qualificado e tortura seguida de morte, impondo penas que variam entre 23 e 28 anos de prisão.

As condenações

  • Paulo Rodolpho Lima Nascimento foi condenado a 28 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado. Durante o incidente, ele foi responsável por lançar uma bomba de gás lacrimogêneo no porta-malas da viatura e manter a porta fechada, impossibilitando que Genivaldo saísse.
  • Kléber Nascimento Freitas e William de Barros Noia receberam penas de 23 anos, um mês e nove dias de prisão. Kléber utilizou spray de pimenta contra a vítima, enquanto William teve participação ativa na abordagem e também segurou a porta da viatura após o uso do gás.

O caso

A tragédia ocorreu em 25 de maio de 2022, quando Genivaldo, de 38 anos, foi abordado por agentes da Polícia Rodoviária Federal enquanto pilotava uma motocicleta sem capacete. Diagnosticado com esquizofrenia, ele foi submetido a uma abordagem violenta, sendo colocado no porta-malas de uma viatura. Dentro do veículo, agentes liberaram gás lacrimogêneo, o que resultou na morte por asfixia.

Imagens registradas por testemunhas chocaram o Brasil e o mundo, gerando uma onda de indignação e protestos contra a violência policial.

Consequências e repercussão

Após investigações, os três agentes envolvidos foram demitidos da PRF em agosto de 2023. A União também foi condenada a pagar indenizações às famílias da vítima.

A sentença proferida neste sábado marca um momento importante para o sistema de justiça brasileiro, segundo especialistas. O julgamento reafirma o combate ao abuso de autoridade e a responsabilização de agentes públicos por atos que violam os direitos humanos.

Próximos passos

As defesas dos condenados podem recorrer da decisão. No entanto, para familiares de Genivaldo, a condenação representa uma vitória parcial na busca por justiça. “A vida dele não volta, mas é um alívio saber que a Justiça foi feita”, declarou um parente da vítima após o veredicto.

O caso segue como um marco nas discussões sobre segurança pública e violência policial no Brasil.