Após ver naufragar o anseio pela vice na chapa do pré-candidato ao governo, Rui Costa (PT), o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), dá sinais de que vai buscar valorizar mais as condições do seu partido para as eleições de outubro. O dirigente do Legislativo almoçou ontem com o postulante petista e vai avaliar junto com o PDT qual caminho o partido seguirá no pleito, embora deixe claro que a perspectiva é de continuidade na base de sustentação ao governo Wagner.
“Estou refletindo e avaliando a nossa posição política. Em nenhum momento disse o que vou fazer. É óbvio que em nenhum momento penso em mudar de lado, mas quero saber a minha participação na campanha e no governo. Eu tenho um grupo político. Estão do meu lado 51 prefeitos, tenho história, tenho 140 mil votos, seis mandatos de deputado estadual, quatro de presidente da Assembleia”, disse Nilo, ontem em entrevista à rádio CBN Salvador.
O deputado evidenciou que um apoio mais incisivo na campanha de Rui vai depender do “acordo político”. “Minha ideia é decidir próximo à Copa do Mundo, mas em política podemos antecipar. Vou negociar politicamente. Passei esses três anos e meio sem pedir nada ao governo. Não tem uma obra indicada, nenhum cargo foi indicado por mim porque fiquei esse período querendo ser governador e querendo ser vice. Mas, agora vou procurar de forma mais pragmática, pois acho que na política temos sempre que nos valorizar”, enfatizou.
Dando sinais de que ainda ficaram ranhuras nas relações políticas, o pedetista disse que nos processos políticos de 2016 e 2018 não irá cometer o que classificou de “equívocos”. “Não vou acreditar mais que em política amizade pesa, coerência pesa, fidelidade pesa e lealdade pesa”. Questionado sobre a hipótese de ir para a oposição, Nilo citou conversas com o prefeito ACM Neto (DEM), o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). “Fiquei feliz por ter sido reconhecido pelo meu trabalho político, agora minha prioridade é continuar na base política do governo Jaques Wagner”, disse, considerando que caso fosse apoiar a senadora Lídice da Mata, pré-candidata ao governo, “não estaria mudando de lado, pois sempre fomos do mesmo lado. É uma pessoa que é muito mais de esquerda que eu”. Apesar de voltar a destacar a insatisfação com o processo de escolha conduzido pelo governador, o presidente disse que há um “esforço” de ambos para que a relação se recomponha.