Morto com pauladas na cabeça na madrugada desse sábado (22), em Itabela, no Extremo Sul do estado, o menino de 11 anos que tinha corpo franzino e cabelo loiro de tintura “tocava o terror” no bairro Dapezão, onde morava com os pais.
Segundo a polícia, Paulo Henrique da Paz Silva já tinha até apelido: PH do Dapezão. Dessa forma ele se apresentava a qualquer pessoa e ostentava, sempre que podia, uma arma (revólver 32 e pistola), com o qual já foi apreendido por mais de uma vez.
A polícia diz não saber com que idade o menino começou no crime, mas que já tinha diversas passagens na delegacia de Itabela por roubo, assalto e participação em homicídio. Mas por ser criança, nenhuma autoridade pode tomar providências.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990, diz que menores de 12 anos são considerados crianças e são inimputáveis penalmente, ou seja, não podem sofrer nenhum tipo de penalidade.
As medidas socioeducativas como a internação podem ser aplicadas apenas para adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos.
Mas o envolvimento do grupo com o tráfico de drogas chamou a atenção de grupos rivais locais. Na noite do dia 6 de dezembro, PH e mais quatro amigos caminhavam numa rua do Dapezão, quando foram alvos de atiradores.
Todos correram, mas um deles, Darles Santos Marinho, 19, foi baleado. Ele ainda correu para uma plantação de café próxima, nas não resistiu aos ferimentos.
Segundo a polícia, Darles não tinha passagens por crimes, mas era envolvido com a turma de PH, que depois desse crime passou a ser caçado, assim como os demais amigos que estavam no dia que Darles foi morto.
Adenivan Grigório da Silva, 15, não precisou sair de casa para ser morto. Seus algozes foram buscá-lo no último dia 9 na residência onde morava com os pais, no centro da cidade, e o levaram para um matagal. Lá, o executaram com 15 tiros. Um dia antes o adolescente tinha prestado queixa na polícia contra os criminosos.
PH seria o próximo. Visto de bobeira numa festa de som de paredão, no bairro Bandeirantes, acabou sendo morto com golpes de um porrete de madeira que tinha quase o seu tamanho.
“Pelo que tivemos de informação, tem mais dois na lista para morrer”, disse o delegado Marivaldo Felipe, que atua nas delegacias de Itabela e Eunápolis.
FONTE: Correio da Bahia