O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou cinco homens pelo assassinato da ialorixá e líder quilombola Bernadete Pacífico. A informação foi divulgada pelo órgão nesta quinta-feira (16), às vésperas de o crime completar três meses. Mãe Bernadete, como era conhecida, foi morta na noite de 17 de agosto deste ano, na sede do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.
De acordo com MP-BA, a denúncia foi oferecida na segunda-feira (13). Os homens são acusados de homicídio qualificado por motivo torpe, de forma cruel, com uso de arma de fogo e sem chance de defesa da vítima.
Dos cinco suspeitos, dois já tinham sido presos em setembro. Os outros três ainda não foram detidos.
Presos: Arielson da Conceição Santos e Sérgio Ferreira de Jesus
Um deles foi preso por suspeita de receptar os celulares da líder quilombola e de familiares, roubados durante o homicídio. O segundo foi preso por suspeita de ser o executor do crime. A polícia não informou quem é o responsável por cada crime.
Foragidos: Josevan Dionísio dos Santos e Marílio dos Santos
A SSP-BA afirmou que Marílio tem quatro mandados de prisão em aberto, mas não especificou os crimes pelos quais ele é investigado.
Solicitação do mandado de prisão preventiva: Ydney Carlos dos Santos de Jesus.
O órgão não especificou como cada um dos deles participou do crime, nem detalhou qual foi a motivação do assassinato da líder quilombola. Entre as linhas de investigação policial, está a disputa entre facções criminosas, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
Quando o caso completou um mês, a Polícia Civil (PC) da Bahia pediu à Justiça a prorrogação do inquérito que apura o assassinato. Esta prorrogação seria por mais um mês, com vencimento no dia 18 de outubro. Os trabalhos ainda não foram finalizados.
A família da ialorixá contratou peritos particulares no início deste mês e cobrou celeridade da polícia. As investigações são acompanhadas por integrantes dos conselhos nacionais de Justiça e do Ministério Público. Dois dias após o crime, o CNJ enviou dois magistrados à Bahia para acompanhar as ações.
Mãe Bernadete fazia parte do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) do Governo Federal. A sede do quilombo Pitanga dos Palmares, onde ela vivia, era monitorada por câmeras de segurança. Apesar disso, três das sete não estavam funcionando, por falta de recursos. Informações do G1/BA.