O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-Ba) confirmou hoje (5) que recebeu uma representação do advogado Juno Leite Barbosa denunciando a declaração realizada pelo cantor Rogério Flausino, da banda Jota Quest, em que chama baianos de preguiçosos durante um show. De acordo com assessoria de imprensa do órgão, o ofício do advogado foi encaminhado para o Grupo de Atuação Especial de Combate à Discriminação (Gedis).
O promotor responsável pelo Gedis está de férias, mas o MP afirma que o caso já está nas mãos da promotora Márcia Virgens, para quem a representação foi repassada hoje. Ainda segundo a assessoria, não há uma previsão para que ela acate ou não a denúncia realizada por Barbosa. O MP afirma que a promotora ainda precisará analisar as imagens do cantor no show e o ofício encaminhado ao MP para ponderar se a declaração caracteriza uma situação de preconceito.
Barbosa informou que utilizou o instrumento da notícia-crime, a qual foi protocolada junto ao MP nesta quarta-feira (4) pela manhã, e que vai aguardar qual vai ser o entendimento do órgão. Para o advogado, Flausino falou “infelicidades”.
“No momento que ele proferiu aquelas palavras no show, diante dos fãs, ele ofendeu a dignidade de todos os baianos e soteropolitanos. Ele reproduziu um discurso que infelizmente é reproduzido pelo Sul e Sudeste. O meu objetivo foi justamente rebater essa fala”, explicou o advogado. Barbosa relatou que se sentiu ofendido pelas palavras do cantor e ressaltou que havia pessoas que estavam trabalhado no show, inclusive ele. “Isso me indignou, mexeu com o meu sentimento de soteropolitano”, disse.
Segundo o advogado, ele quer que a ação dele funcione de forma pedagógica. “Para que as pessoas parem e pensem antes de falar sobre os baianos”, afirmou.
O caso ocorreu durante o show da banda em Salvador, no Festival Circuito Banco do Brasil, neste último sábado (31). O cantor foi vaiado pela plateia após afirmar: “Aqui em Salvador a galera já não trabalha e domingo, nem fudendo”. Arrependido, Rogério parou o show para tentar se desculparcom os fãs. Segundo ele, não existia a intenção de ofender e que o comentário infeliz não passava de uma simples brincadeira.