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NÃO HÁ ESTUDO SÉRIO QUE COMPROVE, DIZ OTTO AO DESMENTIR ‘CAPITÃ CLOROQUINA’ EM CPI

Senador Otto Alencar desmentiu informação citada por Mayra Pinheiro na CPI

O senador Otto Alencar (PSD-BA) desmentiu uma afirmação da secretária Mayra Pinheiro, durante depoimento à CPI da Covid, de que a hidroxicloroquina seja um medicamento antiviral no combate ao novo coronavírus. Conhecida como “Capitã Cloroquina”, a servidora do Ministério da Saúde defende a prescrição de drogas sem eficácia científica —dentre os quais a hidroxicloroquina— como alternativa de política pública no enfrentamento à pandemia.

“A cloroquina, hidroxicloroquina, é um antiparasitário, uma droga antiga usada para combater a malária, causa pelo Plasmodium, que é um parasita. Não existe nenhuma medicação que possa, como é proposto neste Tratcov [plataforma do Ministério da Saúde] que indicava uso da cloroquina], evitar a contaminação por um vírus. Eu pergunto à senhora, dra. Mara: Tem alguma medicação para evitar que uma criança contraia o sarampo? Só a vacina, né?”, argumentou Otto, que é médico.

Diante da insistência da secretária em defesa da droga ineficaz contra o Sars-CoV-2, o senador baiano prosseguiu: “Como é que inventaram agora que hidroxicloroquina pode evitar que uma pessoa se contamine com coronavírus? E dizer que é antiviral? É um absurdo. A cloroquina não é antiviral em estudo sério nenhum no mundo”.

Questionada pelos senadores, Mayra negou não ter recebido ordens do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ou do ex-chefe, Eduardo Pazuello (ex-ministro da Saúde) para defender o uso de medicamentos.

“Nunca recebi ordem e o uso desses medicamentos não é uma iniciativa minha pessoal”, disse.

O tema da cloroquina e da defesa feita pelo governo federal de remédios que não tem eficácia contra a covid é um dos principais pontos de interesse da CPI.

Logo na abertura da audiência, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), pediu explicações sobre os motivos de o Ministério da Saúde ter retirado recentemente as recomendações da cloroquina da página oficial da pasta.

Em resposta, Mayra Pinheiro declarou que essa foi uma medida adotada pelo atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, com o intuito de montar um protocolo para a doença e evitar divergências acerca do tratamento.

“O ministro Marcelo, em uma atitude acertada, levou para Conitec todas as construções de protocolos clínicos para a conduta da doença para eliminarmos o que existe hoje da divergência de opiniões”, justificou a servidora. [Bahia.ba]