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“NINGUÉM ME PERGUNTA DO CARNAVAL. AS PESSOAS ESTÃO PASSANDO FOME”, DIZ RUI COSTA

Ao ser questionado, Governador diz que apenas a imprensa e empresários do setor têm o questionado sobre a realização da festa. Foto: Daniel Thame.

Nesta segunda-feira (6), durante a coletiva de imprensa na inauguração do Hospital Regional Materno-Infantil Joaquim Sampaio, em Ilhéus, quando um jornalista questionou sobre a possibilidade de autorizar ou não a festa momesca de 2022, o governador Rui Costa (PT) respondeu que não é perguntado nas ruas sobre quando tomará uma decisão sobre o Carnaval — tema que, segundo ele, só tem interessado à imprensa e aos empresários do setor. De acordo com o governador, por onde tem andado, as pessoas demonstram estar preocupadas com o desemprego, a fome ou em morrer em decorrência da Covid-19.

“Eu sei da ansiedade dos produtores… Eu andando na rua, estou fazendo às vezes dois municípios por dia. Hoje, vou fazer dois, Ilhéus e Itabuna. Amanhã vou fazer mais dois… vou a Igaporã e, depois a Rio do Pires, Érico Cardoso, Icaturama, ou seja, terça e quarta, vou fazer quatro municípios. Ninguém me cobra na rua sobre o Carnaval”, iniciou o governador.

Em seguida, prosseguiu: “As pessoas nas ruas estão preocupadas porque estão desempregadas, porque estão mais pobres, estão passando fome. As pessoas estão mais preocupadas em pegar a doença, em morrer. Essa é a preocupação do povo. Em geral, primeiro eu vejo a preocupação da imprensa, que me cobra muito isso, e, eventualmente, dos empresários, que fazem o Carnaval”.

“Eu respeito à opinião dos empresários que fazem o Carnaval, mas eu vou continuar insistindo: acho a atividade empresarial do Carnaval importante, necessária, gera emprego, gera renda. Mas, entre a atividade empresarial do Carnaval e a saúde e a vida dos baianos, eu fico com a vida e saúde dos baianos. Portanto, não vou decidir, de forma antecipada, sobre a realização ou não realização [do Carnaval]”, reiterou Rui Costa.

Segundo ele, qualquer evento de massa, com 3 milhões de pessoas nas ruas, estará condicionado ao avanço da vacinação e à redução sistemática da ocupação de leitos de UTI. “Não está caindo. Continua hoje 191. A semana passada estava em 208. Então continua oscilando em torno de 200. Há quase 90 dias que não cai o número de leitos de UTI. Isso tem uma mensagem clara de que o vírus está circulando”, disse.

De acordo com o gestor, o número de infectados, por sua vez, oscila em torno de 2 mil contaminados por dia.

“A decisão será anunciada quando a gente se sentir seguro; seja pra cancelar, seja eventualmente pra permitir. Mas nós não anteciparemos decisão sem uma definição clara do que acontecerá”, afirmou o petista.