Enquanto no Congresso, senadores instalaram nesta semana a CPI da Covid, proposta para apontar os responsáveis pela devastadora crise de saúde que a pandemia causou no Brasil. O Brasil atingiu na última quinta-feira (29) uma nova marca de horror sanitário que já dura 13 meses. São mas de 400 mil vidas perdidas para a Covid-19.
Entre muitos pontos, os parlamentares pretendem investigar por que a vacina está demorando tanto a chegar para os brasileiros e o que permitiu que o estado do Amazonas ficasse sem oxigênio para tratar os doentes.
O assustador número, que reflete o fracasso brasileiro no combate à pandemia, traz um dado ainda mais triste e revelador: o ritmo das mortes pela doença no país quadruplicou. Ele nunca havia sido tão intenso.
Foram 10 mil mortos em maio de 2020, 50 mil em junho, e em agosto atingimos os 100 mil mortos. Esse número foi dobrado em janeiro, e triplicado em março de 2021.
Entre março e abril, foram 100 mil mortes registradas em apenas 36 dias.
O número diário de mortes permanece em um patamar muito alto, são mais de 2 mil vítimas diárias da Covid há mais de 40 dias e essa é a maior média do mundo entre 9 de março e 25 de abril. Por outro lado, são registradas aglomerações no transporte público das grandes cidades, e festas clandestinas nos quatro cantos do país, como em praias de Ilhéus que já denunciamos aqui.
Essa escalada em números é triste e preocupante, principalmente se fizermos o exercício de lembrar que não são apenas números. São pessoas, pais, mães, filhos, avós. O amor da vida de alguém. A verdade é que parece que nos habituamos às 3 mil mortes por dia.E quando o número é um pouco menor que isso, já vemos sinais de conformação. E no meio disso tudo, estamos voltando ao “normal”.