As esperanças mundiais de vencer a pandemia de covid-19 aumentaram nesta segunda-feira (16) depois que uma nova vacina experimental demonstrou uma eficácia de quase 95%, em meio a uma crescente onda de contágios e restrições para conter a propagação do vírus.
A empresa de biotecnologia americana Moderna anunciou que sua candidata a vacina, ainda em testes, demonstrou ser 94,5% eficaz para evitar o contágio pelo novo coronavírus, provocando uma euforia nos mercados mundiais.
Em Wall Street, o Dow Jones fechou em 30.000 pontos, enquanto Paris, Londres e Milão registraram seus melhores resultados em uma sessão desde março, e em Frankfurt desde maio. Os preços do petróleo em Londres dispararam mais de 3%.
As bolsas já tinham sido impulsionadas pelos 90% de eficácia da vacina da farmacêutica americana Pfizer e sua sócia alemã BioNTech, reportada na segunda-feira passada. Dois dias depois, o centro de pesquisas estatal russo Gamaleya e o fundo soberano de investimentos da Rússia reportaram 92% de eficácia para sua vacina Sputnik V.
A Moderna, cujos resultados surgem de um teste clínico de fase 3 com mais de 30.000 participantes – ainda não avaliado por cientistas independentes -, disse que espera ter 20 milhões de doses prontas antes do fim do ano.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) comemorou estas notícias “animadoras”, mas advertiu que faltam meses para uma disponibilidade generalizada e expressou sua preocupação com o aumento dos casos em muitos países.
“Uma vacina por si só não acabará com a pandemia”, ressaltou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Os países que estão deixando que o vírus se propague sem controle estão brincando com fogo”, acrescentou.
As infecções dispararam no mundo, superando os 54 milhões com mais de 1,3 milhão de mortes desde que o vírus surgiu na China, no fim de 2019.