Os dados epidemiológicos divulgados pelo Ministério da Saúde revelam uma realidade preocupante: o Brasil enfrenta um surto alarmante de dengue em 2024. Com um coeficiente de incidência de 1.267 casos por 100 mil habitantes, o país contabiliza um total de 2.573.293 casos prováveis, dos quais 23.477 foram confirmados como casos graves ou com sinais de alarme. Além disso, o número de óbitos confirmados pela doença alcançou 923, representando uma letalidade de 0,04%.
O Comitê de Operações de Emergência (COE) tem desempenhado um papel fundamental na resposta à crise, destacando-se a publicação de decretos de emergência em 11 estados, o repasse de recursos financeiros para municípios afetados e a atuação em territórios indígenas, como no caso do Guarita (RS), onde equipes médicas têm prestado assistência e realizado capacitações.
Na Bahia, a situação é especialmente crítica. Com 92.903 casos prováveis e 23 mortes confirmadas, o estado enfrenta um dos piores cenários da doença. A região sudoeste é a mais afetada, concentrando mais da metade dos casos. Municípios como Jacaraci (4), Piripá (3) e Vitória da Conquista (5) lideram as estatísticas de óbitos, evidenciando a urgência de intervenções específicas nessas áreas.
As mortes pela doença no estado foram registradas em 13 municípios, incluindo ainda Santo Antônio de Jesus (2), Barra do Choça (1), Feira de Santana (1), Ibiassucê (1), Irecê (1), Santo Estevão (1), Campo Formoso (1), Caetité (1), Juazeiro (1) e Carinhanha (1).
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Sesab alerta para a gravidade da situação, com 68% dos municípios em estado de epidemia e outros 45 em risco. Medidas de prevenção e controle devem ser intensificadas, incluindo ações de combate ao mosquito vetor, conscientização da população e fortalecimento da capacidade de resposta dos serviços de saúde.
O enfrentamento da dengue requer uma abordagem coordenada e abrangente, envolvendo não apenas as autoridades de saúde, mas também a colaboração ativa da sociedade civil. Somente com esforços conjuntos será possível reverter essa tendência preocupante e proteger a saúde da população brasileira.