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O CAFÉ FICOU SALGADO E O PÃO ESTÁ UMA DUREZA

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O café da manhã é a refeição mais importante do dia, é o que defendem profissionais de saúde, mas ele está custando cada vez mais caro, e nem mesmo o pãozinho seco com o menorzinho, como chamam o copinho pequeno de café preto, estão escapando do aumento dos preços. Uma pesquisa divulgada essa semana revelou que Salvador foi uma das 13 capitais em que tomar café ficou mais caro, e onde a cesta básica apresentou variação de quase 16% nos últimos 12 meses.

Seja na rua ou seja em casa, o café ficou salgado e o pão está uma dureza. Isso porque o preço do açúcar e do próprio café em pó subiram, junto com o pão e a manteiga. Leite também virou artigo de luxo e está sendo dispensado por algumas famílias. Na casa da técnica de enfermagem Elisangela Lima, 46 anos, o pão está sem recheio há meses e no mercado ela passa pela manteiga e vai direto na prateleira da margarina.

“Eu não lembro quando foi a última vez que comprei queijo ou presunto para o café da manhã. Quando dá, a gente pega mortadela, mas nem isso tem dado nos últimos meses. Então, é só o pão com margarina mesmo. Usamos café, açúcar e leite em líquido. Os meninos preferem leite em pó, mas está impossível, e o em líquido pode ser o próximo que vamos cortar”, conta.

O reajuste veio, e foi considerável. A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada esta semana, revelou que nos últimos 12 meses a variação nos preços foi de 15,93% em Salvador, e os itens do café da manhã ajudaram a puxar esse número para cima. O crescimento foi percebido também na comparação entre os meses de julho e agosto, com o café em pó (4,88% de aumento), a manteiga (4,20%) e o leite integral (2,20%) liderando o ranking. A variação mensal da cesta básica ficou em 0,59% e a anual em 1,33%.

Segundo a pesquisa, o valor da cesta básica para a sobrevivência de uma pessoa adulta, por 30 dias, está custando, hoje, R$ 485,44, em Salvador. O valor corresponde a 47% do salário mínimo, e inclui doze itens: carne bovina, arroz, feijão, farinha de mandioca, açúcar, óleo de soja, café, manteiga, leite, tomate, banana e manteiga. Artigos básicos para a alimentação, mas que para algumas famílias estão se tornando produtos de luxo.

Do Correio 24 horas.