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“O PMDB ESTÁ CONFUSO, NÃO GARANTIMOS A RENOVAÇÃO DA ALIANÇA COM O PT”, AFIRMA GEDDEL

UOL
geddel5Amigo de Michel Temer e vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Geddel Vieira Lima declarou diante de um microfone coisas que dirigentes do PMDB só costumam afirmar em diálogos privados. Ele pôs em dúvida a renovação da aliança federal com o PT, disse que a economia pode comprometer a reeleição de Dilma Rousseff, elogiou os presidenciáveis da oposição, deixou em aberto a hipótese de fechar com um deles na Bahia e insinuou que ocorrerá o mesmo noutros Estados.
Geddel reassumiu há uma semana a presidência do PMDB baiano. Ele soou assim, explícito, na noite passada, numa entrevista à Rádio Tudo FM, de Salvador. Ao introduzir a primeira pergunta, a entrevistadora disse que, no plano nacional, um dos caminhos naturais do PMDB seria o apoio à reeleição de Dilma. Geddel sacou do coldre Guilherme Afif Domingos (PSD). E disparou:
“A política brasileira virou uma coisa tão misturada que essa história de caminho natural deixa de existir no momento em que você tem o vice-governador de São Paulo, que é vice-governador do [governo do] PSDB, sendo ministro do PT. […] Então, não há essa obrigatoriedade de a posição nacional do PMDB ser acompanhada necessariamente nos Estados.”
Geddel acrescentou que “o quadro dentro do próprio PMDB está muito confuso.” Tão confuso que “você não tem sequer a convicção, hoje, de que a aliança [com Dilma] seria renovada.” Por quê? O partido tem “problemas sérios em diversos Estados da federação com representação muito forte na convenção nacional.” Referia-se à convenção que decidirá se vale à pena o PMDB renovar a chapa Dilma-Temer e entregar ao PT seu tempo de propaganda no rádio e na tevê.
Se tudo correr como planejou, Geddel disputará em 2014 o governo da Bahia. Quer unificar a oposição para medir forças com o candidato a ser indicado pelo governador petista Jaques Wagner. Costuma dizer que não repetirá o erro de 2010, quando disputou o mesmo cargo imaginando que seria beneficiado pela política do palanque duplo. Acertara-se que, na Bahia, Lula e a então candidata Dilma frequentariam palanques do PT e do PMDB. A dupla foi apenas aos comícios de Wagner. Ex-ministro de Lula, Geddel ficou na vontade.