Atenção, galera! Está chegando a hora tão esperada, não é? Você se preparou o ano inteiro, escreveu e reescreveu vários textos com o objetivo de atender às expectativas do leitor. E, agora está na etapa final. Leia com atenção as últimas dicas desta semana, que será: O que não fazer ao escrever um texto dissertativo-argumentativo.
Um dos defeitos mais comuns nas redações do Enem, concursos e vestibulares é a prolixidade. Muitas vezes, o aluno acredita que escrevendo bastante, usando frases longas, cheias de adjetivos e ideias evasivas torna o texto mais rico, ou seja, mais interessante. Engana-se, pois isso só atrapalha.
Veja a seguir um exemplo de texto prolixo:
O papel da televisão na sociedade
A televisão tem uma grande influência na formação pessoal, social e educacional das crianças, dos jovens e dos adultos de nossa sociedade. Esse incrível meio de comunicação funciona como fortíssimo estimulante para comportamentos positivos ou negativos, difundindo programas educativos e destrutivos ao mesmo tempo, os documentários repletos de informações importantes e necessárias para a formação de crianças, jovens e adultos conscientes convivem com reality shows de péssimo gosto e de qualidade absolutamente discutível, com o visionamento de cenas de sexo, as crianças formam uma imagem distorcida da sua sexualidade potenciando a prática precoce de sexo e provocando distúrbios afetivos.
Observe alguns exemplos de prolixidade presentes no texto:
– Repetições desnecessárias: em um único parágrafo, aparecem duas vezes crianças, jovens e adultos.
– Redundância: “ A televisão tem uma grande influência na formação pessoal, social e educacional das crianças, dos jovens e dos adultos de nossa sociedade.
– Incoerência: programas educativos e destrutivos ao mesmo tempo.
– Emprego de palavras não pertinentes à língua portuguesa: visionamento, potenciando.
Outro exemplo comum na redação de texto dissertativo-argumentativo consiste em tangenciar o tema, ou seja, abordá-lo parcialmente, referindo-se ao assunto mais amplo a que está vinculado, deixando em segundo plano a discussão do eixo temático proposto. Trata-se de abordagem superficial e paralela.
Por exemplo, se a proposta de redação consistisse em escrever um texto dissertativo-argumentativo, cujo tema: Crack, seis vezes mais potentes que a cocaína, o vilão que assola a sociedade atual e o aluno abordasse a questão das drogas e suas consequências e não especificasse o termo proposto ‘crack”, teria tangenciado o tema, isto é, teria abordado o assunto mais amplo a que estava vinculado.
E, a frase arrastada, marcada pelas repetições de conjunções (e, mas, portanto, por isso etc), pronomes pessoais (ele, ela, elas), verbos auxiliares (ser, estar) e advérbios unindo períodos independentes. Fuja dos períodos cujas ideias se atropelam, aqueles em que a oração principal aparece distanciada do desfecho, tornando texto ambíguo, obscuro e incompreensível.
Lembre-se que as características principais do texto dissertativo-argumentativo são a clareza e a objetividade, não se alongue mais do que é necessário.
Dicas essenciais:
Aproveite seu tempo;
Nunca escreva diretamente na folha definitiva;
Se acontecer “o famoso branco” na hora de escrever seu texto, faça o esquema de tempestade de ideias, pois só escrevendo que começa a despertar o modo escritor;
Mantenha a calma e leve em consideração toda sua “bagagem cultural” ou visão de mundo acerca do tema.