A notícia da antecipação da aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi bem recebida por diversas entidades do âmbito jurídico brasileiro. Quando a notícia foi divulgada, os presidentes das seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estavam reunidos em Recife (PE).
Os advogados chegaram a propor que a festa da noite desta quinta-feira (29) fosse em homenagem à aposentadoria do ministro. De acordo com o Conjur, a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) disse que a “magistratura não sentirá saudades de Joaquim Barbosa”.
Os colegas de toga de Joaquim Barbosa no Supremo também não se espantaram com a decisão. A Casa, sempre que alguém se despede, faz discursos elogiosos. Dessa vez, a fala foi amena, conduzida pelo ministro mais antigo do tribunal, Marco Aurélio, que de improviso, disse que “a cadeira do Supremo Tribunal Federal tem envergadura maior”, declarou, “mas devemos reconhecer que a saída espontânea é direito de cada qual”. O colega de Corte, Luís Roberto Barroso, em tom de humor, afirmou que “quem se beneficia com a aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa sou eu. Ser o primeiro a votar é um abacaxi!”.
Nem mesmo Cezar Peluso, conhecido como um dos membros mais duros do Supremo recebeu tal tratamento. O presidente da Ordem, Marcus Vinicius Furtado Coêlho não deu declarações públicas sobre a saída de Joaquim Barbosa. O anúncio oficial da aposentadoria foi feito por Joaquim Barbosa durante a sessão plenária do STF nesta quinta. Ele deixa o cargo no fim de junho. “Afasto-me não apenas da Presidência, mas do cargo de ministro”, informou.
O ministro deixa o cargo depois de 41 anos de serviço público. No anúncio, Joaquim afirmou que teve “felicidade, a satisfação e a alegria de passar a compor esta Corte, no que é talvez o seu momento mais fecundo, de maior criatividade e de importância no cenário político-institucional do nosso país. Sinto-me deveras honrado de ter feito parte deste colegiado e ter convivido com diversas composições e, evidentemente, com a atual composição do Supremo Tribunal Federal”. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, lamentou a saída do ministro, seu colega de Procuradoria. O Ministério Público, até então, é a única organização do Judiciário que parece lamentar a aposentadoria do ministro, de onde Joaquim Barbosa era oriundo.