O custo da cesta básica na cidade de Ilhéus aumentou 5,36%, passando de R$241,03 em fevereiro para R$253.96 em março. O aumento de 21,95% no preço do tomate e 14,15% no preço da dúzia da banana foram os principais responsáveis pela elevação no custo da cesta. Os outros produtos que apresentaram comportamento semelhante foram: Carne (6,54%), leite (3,51%) e pão (1,86%).
Em contrapartida, o preço médio do quilo do café sofreu redução de 19,78%, passando de R$15,18, em fevereiro, para R$12,16 em março. Foram contatadas também reduções no preço do óleo de soja (14,58%), açúcar (3,64%), arroz (2,14%), farinha (2%), feijão (1,07%) e manteiga (0,54%). O aumento no custo da cesta básica, em Ilhéus, resultou em queda no poder de compra do trabalhador assalariado no mês de março. O comprometimento do rendimento líquido que era aproximadamente 33,25% em fevereiro, passou para aproximadamente 35,03% em março, tomando-se como referência o salário mínimo líquido de R$724,96 – descontando-se 8% de contribuição previdenciária do salário bruto de R$788,00. O tempo despendido por um trabalhador, com remuneração de um salário mínimo, para adquirir todos os produtos da cesta básica passou de 67 horas e 17 minutos em fevereiro para 70 horas e 54 minutos em março.
Para uma família composta por quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, em que duas crianças equivalem a um adulto), o custo da cesta básica para seu sustento durante o mês de março atingiria o valor de R$761,88, equivalente a 0,97 vezes o salário mínimo bruto de R$788,00. Observando-se os últimos seis meses, verifica-se, em Ilhéus, alta no custo da cesta básica de 5,82%. Nesse período, o produto que apresentou maior elevação de preço foi o tomate (20%), enquanto o café apresentou a maior redução (13,30%). Nos últimos 12 meses, o custo da cesta básica, em Ilhéus, aumentou 9,53%. Nesse período o arroz sofreu a maior elevação de preço (34,04%), e a banana a maior redução (13,92%).
Na cidade de Itabuna, o custo da cesta básica apresentou leve redução, 1,92%, passando de R$277,07 em fevereiro para R$271,74 em março. A redução de 7,46% no preço médio do quilo da manteiga foi o que mais impactou nessa queda. Ademais, o feijão, produto que apresentava aumento significativo no preço, sofreu redução (1,25%). Os outros produtos que apresentaram redução de preço foram: tomate (6,74%), carne (3,04%), banana (1,21%) e café (0,28%). A soja, produto relevante na composição do custo aumentou 7,96% no preço médio do óleo de soja, o que implicou em percentual reduzido de queda no custo da cesta. Outros itens ficaram mais caros, como: pão (3,12%), açúcar (2,89%), arroz (1,82%), leite (1,3%) e farinha de mandioca (0,7%).
A queda no custo da cesta básica em março gerou leve aumento do poder de compra do trabalhador, comparativamente ao mês anterior. O comprometimento do salário mínimo líquido passou de 38,22% em fevereiro para 37,48% em março. O tempo despendido por um trabalhador, que ganha um salário mínimo, para adquirir todos os produtos da cesta também reduziu, passando de 77 horas e 22 minutos em fevereiro para 75 horas e 52 minutos em março.
Em Itabuna, no mês de março, o custo da ração essencial mínima para o sustento de uma família composta por quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, em que duas crianças equivalem a um adulto) atingiria o valor de R$815,22, equivalente a 1,03 vezes o salário mínimo bruto de R$ 788,00. Nos últimos seis meses, observa-se um aumento no custo da cesta básica em Itabuna de 10,62%. Nesse período, o feijão apresentou a maior elevação de preço (75,05%%), e a banana a maior redução (7,40%).
Observando-se os últimos 12 meses, o custo da cesta em Itabuna apresentou alta de 15,08%. A banana foi o item que mais influenciou nesse comportamento, visto que sofreu alta de 59,23% no preço médio da dúzia, enquanto a farinha apresentou queda no seu preço médio de 48,38%.
Em fevereiro, o pão ficou mais caro em Ilhéus e Itabuna, em função do aumento no preço do trigo decorrente do aumento das exportações brasileiras e queda na produção mundial de trigo, gerando aquecimento do mercado internacional.
O leite e a manteiga continuam apresentando elevação de preço nas cidades pesquisadas, resultado das perdas pela greve dos caminhoneiros e pelo período de entressafra, que reduz a oferta de leite no país, aumentando o seu preço e dos seus derivados.
Após aumento acentuado no preço médio do quilo do feijão, um dos principais alimentos na mesa dos brasileiros, foi observada leve redução no preço, pouco mais que 1%. Apesar das condições climáticas desfavoráveis, a redução na demanda interna, devido aos altos preços, fizeram com que a cotação caísse. Outro item importante, o arroz, teve seu preço reduzido em Ilhéus.
Por ser negociado, principalmente nas bolsas de valores, a cotação da saca de café está sujeito às variações do dólar. Assim, a valorização do dólar e a redução na produção cafeeira no Vietnã vem impulsionando o preço do café e aquecendo o mercado internacional desse produto. No Brasil, as condições climáticas instáveis continuam afetando a cultura, consequentemente sua oferta interna e exportação.
Na cidade de Ilhéus, observou-se um aumento no custo da cesta básica, em março, superior ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) do IBGE, que foi 1,24%. Apesar de em Itabuna o custo da cesta apresentar redução, essa foi tão pouca, que é praticamente imperceptível para os consumidores. O aumento no custo da energia elétrica, combustíveis e aluguel, itens relevantes nos gastos mensais de uma família, tem gerado grande dificuldade para as famílias assalariadas, pois se considerarmos apenas o consumo dos itens da cesta básica, o salário mínimo seria insuficiente para atender a demanda de uma família em Itabuna.
Fonte: ACCB e Departamento de Ciências Econômicas da UESC. Para mais informações acesse o site (http://nbcgib.uesc.br/cesta/).