Nesta terça-feira (10), a Polícia Federal, em parceria com o Ministério Público Federal, a Receita Federal e a Controladoria-Geral da União, deflagrou a “Operação Overclean” para desarticular uma organização criminosa responsável por desvios milionários de recursos públicos. A operação ocorre na Bahia e em mais quatro estados: Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
Segundo as investigações, o grupo atuava desviando verbas de emendas parlamentares e de convênios federais, utilizando esquemas de superfaturamento em contratos de obras e serviços. Parte dos desvios era articulada com apoio de gestores municipais, envolvendo o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia.
Esquema movimentou R$ 1,4 bilhão
No período apurado, o esquema movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 825 milhões somente em contratos públicos firmados em 2024. Os desvios eram destinados a empresas de fachada ou controladas pela organização criminosa.
Entre os crimes investigados estão corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. As penas podem ultrapassar 50 anos de prisão.
Mandados e apreensões
As ações desta terça-feira envolveram:
- 17 mandados de prisão preventiva;
- 43 mandados de busca e apreensão;
- Bloqueio e sequestro de bens no valor de R$ 162 milhões, incluindo imóveis de luxo, aeronaves, barcos e veículos de alto padrão.
Impacto e medidas
As autoridades destacam que a operação busca garantir a transparência na aplicação dos recursos públicos e combater práticas que prejudicam a sociedade. “Estamos desarticulando uma organização criminosa que operava em diferentes esferas administrativas, causando sérios danos ao erário público”, informou o delegado responsável.
A investigação continua, e novas fases da operação não estão descartadas.