A cidade de Ilhéus foi surpreendida na manhã de terça-feira (1º) com a instalação de uma placa que anuncia a construção das “Futuras Instalações da Promotoria de Justiça Regional de Ilhéus” em plena área verde da Avenida Soares Lopes. A medida gerou grande repercussão e indignou moradores, ativistas e setores da sociedade preocupados com a preservação ambiental e o uso adequado do espaço público.
A região onde o Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) pretende erguer sua nova sede é historicamente considerada uma área de lazer, turismo e espaço de convívio social. A surpresa foi ainda maior pelo fato de que, anteriormente, qualquer possibilidade de construção na área era vista como inviável. No entanto, precedentes recentes, como a implantação de uma açaiteria na região, já haviam acendido o alerta para a ocupação progressiva do local por estabelecimentos comerciais.
Diante da polêmica, a redação do Site Ilhéus 24h questionou o MPBA, que respondeu por meio de sua assessoria de comunicação. Em nota, o órgão informou que realizou uma consulta à União, proprietária do terreno, e que a Superintendência do Patrimônio da União na Bahia (SPU) autorizou a demarcação da área no último dia 20 de março.
“O Ministério Público da Bahia ressalta que considerará os anseios da sociedade ilheense e observará, como sempre fez em sua trajetória, não apenas os aspectos legais da implantação, tais como as questões ambientais e urbanísticas, mas igualmente a utilização do terreno da forma mais proveitosa e benéfica a toda população do município”, declarou o MPBA.
Apesar da justificativa, a população segue com diversas dúvidas e preocupações. Quem autorizou a construção e quais foram os critérios utilizados? O projeto foi discutido com a sociedade civil e os órgãos municipais responsáveis? A Prefeitura de Ilhéus e a Câmara de Vereadores foram consultadas ou darão algum parecer sobre o caso?
A reação de setores da sociedade deve definir os próximos desdobramentos do caso. Ambientalistas, urbanistas e moradores de Ilhéus aguardam mais esclarecimentos e, possivelmente, irão pressionar para que o projeto seja amplamente debatido antes de qualquer avanço na construção. A polêmica está lançada e a população exige respostas.