Marcelo Linhares é taxista e mora em Ilhéus há 21 anos. Pela primeira vez, ele vê e participa de uma ação de qualificação do setor, desenvolvida pela secretaria de Turismo e Esportes (Setur), que beneficia a comunidade local e também eleva o nível do serviço que passa ser prestado aos visitantes de uma das cidades mais importantes do turismo baiano. “O impacto no nosso trabalho a partir de agora vai ser muito positivo, porque se cria uma responsabilidade maior do taxista em relação a prestação de serviço. A capacitação serve ainda para fazer com que os taxistas “acordem” em relação ao seu lado profissional e dê um atendimento melhor para quem utiliza o serviço”, assegura Marcelo.
Ele é um dos taxistas inscritos no Programa de Qualificação e Certificação do Turismo – Pro Turismo Ilhéus, e participou hoje do mutirão de avaliação e credenciamento promovido pela Setur, em frente ao Palácio Paranaguá, no centro da cidade. O Pro Turismo é uma iniciativa inédita no sentido de promover a capacitação e qualificação dos profissionais do serviço de taxi, uma das categorias mais importantes para o aprimoramento da atividade turística local. O sindicato e a associação de taxistas firmaram parcerias com a Secretaria de Turismo para o desenvolvimento do projeto.
Durante o mutirão, está sendo aplicado um questionário de 21 perguntas com o intuito de estabelecer parâmetros avaliativos que indiquem um melhor atendimento ao turista e ao cidadão ilheense. Nessa primeira etapa, a meta é credenciar cerca de 100 táxis, que representam 25 por cento da frota total. Segundo o secretário de Turismo e Esportes, Roberto Lobão, o taxista que oferecer melhores condições, desde a qualidade e o tempo de uso do veículo à prestação de serviço, terão notas mais significativas. Na próxima etapa, receberão o selo de qualidade do programa.
Waldemir Correia, taxista há 18 anos, é diretor da Cooperativa de Táxi de Ilhéus. “Sempre tive vontade de ser taxista, desde garoto. Fui motorista do exército brasileiro e quando retornei à minha cidade, providenciei saber se me encaixaria na profissão. Acabei descobrindo que um para ser um bom taxista é necessário, principalmente, saber lidar com o público e isso requer algumas qualidades”, reconhece. Waldemir analisa que toda ação que venha qualificar é valiosa. “Claro que isso é muito novo para nós, é a primeira vez que acontece algo do tipo aqui, mas mesmo assim vejo com os olhos muito positivos”, assegura.
Tiago Pittari, Superintendente de Serviços Turísticos da Setur, lembra que os taxistas avaliados hoje já participaram de duas palestras de capacitação, antecedendo a este mutirão. “Agora é a fase de avaliar o veículo, ano de fabricação, o período que o taxista atua, se fala outro idioma, se todos os equipamentos do carro estão funcionando. Essa escala inteira, depois de respondida, vai gerar uma nota, que vai do 0 ao 10 e de acordo com a avaliação. O taxista vai receber posteriormente um selo da Secretaria de Turismo com sua nota e terá a opção de deixa-lo estampado no vidro do veículo”. A ideia é de que o usuário, da cidade ou de fora, possa optar pelo táxi de acordo com as suas exigências e necessidades. “Desta forma conseguimos fazer duas coisas: garantir que as pessoas tenham um bom serviço prestado e impulsionar que o taxista se qualifique e melhore seu equipamento”, destacou.