A proposta apresentada pela VLI S.A. à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), sugerindo a modificação do contrato de concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), tem gerado preocupações sobre possíveis impactos negativos em projetos estratégicos como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) e o Porto Sul, em Ilhéus.
A proposta, segundo informações recentes do Pimenta Blog, inclui a redução de trechos da malha ferroviária e a alteração de bitolas, o que pode redirecionar cargas e prejudicar a competitividade logística do país.
A FIOL é vista como um projeto essencial para conectar o interior produtivo ao Porto Sul, em Ilhéus, facilitando o transporte de minério de ferro, grãos e outros produtos agrícolas. Dividida em três trechos, a ferrovia já tem parte de sua operação concedida à Bahia Mineração (FIOL 1, entre Ilhéus e Caetité), enquanto outros trechos ainda estão em construção ou aguardando licenças. Quando concluída, a FIOL deverá integrar o Oeste da Bahia ao Porto Sul, consolidando um importante corredor logístico.
Entretanto, a proposta da VLI para a FCA pode colocar em risco essa integração. Alterações nas bitolas ferroviárias, por exemplo, podem desviar cargas destinadas ao Porto Sul para o Porto de Aratu, localizado na Bahia, mas com maior capacidade para carga geral. Esse desvio comprometeria o volume de operações no Porto Sul e, consequentemente, sua viabilidade econômica, prejudicando o desenvolvimento da região.
Diante desse cenário, é crucial que a ANTT avalie detalhadamente os impactos sistêmicos da proposta da VLI. Alterações que beneficiem uma operadora em detrimento de projetos estratégicos, como a FIOL e o Porto Sul, podem comprometer o desenvolvimento logístico do Brasil.
Garantir a compatibilidade técnica e a eficiência operacional da FIOL é essencial para atender às demandas de exportação e fomentar o crescimento econômico da Bahia e do país.