Imagine um trabalhador que dedica-se arduamente no exercício de sua função, vai todos os dias ao trabalho, mas, na hora de receber pelo serviço prestado, recebe a informação de que não há a menor previsão disso acontecer.
Um absurdo que vem sendo promovido pelo PST (Prestação de Serviços Temporários), programa do Governo da Bahia para contratar temporariamente professores da rede estadual, além de outros funcionários que trabalham nas escolas do estado.
São muitos os relatos de professores revoltados com o tratamento que estão recebendo e as humilhações ao qual estão sendo sujeitados, graças aos desmandos do PST.
O mais recente caso que tivemos notícia vem da cidade vizinha, Canavieiras.
Um dos funcionários do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, sob o regime do PST, nos relatou que começou a trabalhar no mês de abril, e, depois de três meses, recebeu, mais precisamente no dia 21 de junho, o valor relativo a dois meses de trabalho.
Agora, mais precisamente no dia 1º de agosto, eles ainda não receberam pelos meses de junho e julho. O pior, sem explicações e sem a menor previsão de quando os vencimentos serão depositados.
Ele relata que buscar informações na Direc 6 é o mesmo que nada. Ninguém sabe nada e são grosseiros em afirmar que o problema não é deles. A citada Direc, sediada em Ilhéus, é tida como a mais desorganizada da Bahia, onde documentos são perdidos e as pessoas são tratadas muito mal quando pedem informações. A exemplo dos citados casos de contratados pelo PST.
Outro serviço nulo é o da Ouvidoria. “Pedir informações por lá e falar com as paredes, dá no mesmo”, afirma o funcionário do Colégio Modelo de Canavieiras.
Que espécie de contrato é esse onde as pessoas são cobradas pela execução perfeita dos seus serviços, mas são desrespeitadas ao não terem a menor ideia de quando receberão seus salários?
No caso dos professores, como exigir que eles se dediquem às suas atividades se suas contas estão atrasadas, falta comida dentro de casa e são desrespeitados ao não receberem nenhuma informação de quando serão pagos?
Um absurdo sem precedentes. Uma vergonha para a educação na Bahia. Uma falta de respeito com professores, funcionários das escolas e, em especial, aos alunos.