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QUASE 70% DOS MUNICÍPIOS COM CASOS DE COVID-19 NA BAHIA NÃO TÊM LEITOS DE UTI

Divulgação

Dos 51 municípios da Bahia com casos do novo coronavírus, 66,6% não possuem leitos de Tratamento Intensivo (UTI), na rede pública ou privada. Isso significa que a maioria não tem estrutura para atendimento de pacientes graves da Covid-19, em que são necessárias UTIs com equipamentos de respiração mecânica.

Apenas 17 municípios concentram 2.532 UTIs, segundo dados atualizados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes-Datasus), incluindo UTIs do Sistema Único de Saúde (SUS) e privadas, adultos, pediátricas e neonatais. Este número corresponde a 91,6% dos 2.763 leitos deste tipo registrados no sistema de saúde baiano.

Quase 68% dos leitos de UTI de todo o estado estão concentrados na capital baiana, uma vez que Salvador dispõe de 1.872 vagas. A segunda maior cidade do estado, Feira de Santana, ocupa a mesma colocação em número de leitos, mas acumula apenas 133. O número equivale a aproximadamente 4% do total do estado. Em todo o país são cerca de 47 mil leitos de UTI.

As cidades baianas sem UTI terão que encaminhar seus pacientes graves a hospitais de referência.

Das 14 mortes registradas na Bahia até esta terça-feira (7), duas foram registradas em cidades do interior do estado sem leitos de terapia intensiva. Em Utinga, na Chapada Diamantina, a vítima foi um homem de 80 anos com doença cardíaca preexistente. A cidade fica a 286 km da UTI mais próxima, em Feira de Santana. O caso do município de Adustina, no semiárido nordeste II, foi de um jovem de 26 anos. A cidade com UTI mais próxima também é Feira de Santana, que fica a 263 km de distância.  

Até a última atualização disponível no Ministério da Saúde, apenas Salvador (553), Feira de Santana (10), Vitória da Conquista (10), Ilhéus (14), Alagoinhas (12) e Barreiras (5) já têm algum tipo de suporte reservado para pacientes diagnosticados com Covid-19. A capital (87) e Barreiras (1) com leitos pediátricos exclusivos para a doença causada pelo novo coronavírus. O número, no entanto, é bem abaixo da perspectiva adotada por autoridades públicas, que sugerem que cerca de 20% das pessoas acometidas pela doença precisarão de suporte mecânico de respiração. (BN)