Uma das lendas vivas da música baiana, e autor de grandes hits do Axé Music, Paulinho Camafeu, morreu ontem em Salvador, aos 73 anos, em decorrência de problemas cardíacos. Compositor de clássicos musicais consagrados, a exemplo de “Ilê Aiyê” (Que bloco é esse?), “Afoxé Badauê”, e “Menina do Cateretê”, a história de Camafeu se confunde com a da música da Bahia.
O compositor chegou a ficar internado em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da capital, porque também precisava fazer tratamento de hemodiálise.
No dia 23, já internado no Hospital do Subúrbio, Paulinho sofreu um infarto, agravando seu estado de saúde. No último dia 25 de novembro ele sofreu mais uma parada cardíaca e, desde então, o quadro era considerado grave.
Trajetória – Especialistas e pesquisadores musicais não pestanejam em afirmar que, sem Paulinho Camafeu, o Axé não existiria enquanto ritmo musical. Ao lado de Luiz Caldas, ele é autor de Fricote, canção que é considerada a pedra fundamental do Axé Music.
Ao longo de sua carreira, Camafeu compôs outras canções consideradas hinos do carnaval baiano, como “Ilê Aiyê” (Que bloco é esse?), “Afoxé Badauê”, e “Menina do Cateretê”. Camafeu foi de letras debochadas e de duplo sentido ao empoderamento do povo afrodescendente e de culturas ao redor do mundo. Na voz de Fafá de Belém em “Nova Deli”, Camafeu foi o elo entre o povo de Mahatma Gandhi e o ritmo do afoxé baiano Filhos de Gandhi.
Além de Luiz Caldas, Camafeu teve como grandes parceiros de composições, Bell Marques e Carlinhos, mas também fez parcerias com Pepeu Gomes, Jota Morbeck, Chocolate da Bahia, Tonho Matéria e outros, além de ser gravado por nomes como Gilberto Gil, o Rappa, Chiclete com Banana, Fafá de Belém, Daúde, Sandra de Sá, Margareth Menezes, Durval Lelys, e Timbalada.