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REAJUSTE DA GASOLINA BRASILEIRA ESTÁ ENTRE OS MAIORES DO MUNDO

gasosaOs brasileiros reclamam do alto preço da gasolina e não é à toa. um cruzamento de dados feito com base nas estatísticas da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da Agência Internacional de Energia (AIE) mostra que, entre julho de 2012 e junho deste ano, enquanto o preço da gasolina aos consumidores ficou 0,4% mais barato na França, 1,8% mais em conta na Alemanha e 1,3% mais baixo na Itália, no Brasil, em média, houve avanço de 4%. A alta só perde para o Japão, que observou reajuste de 5,5%, seguido dos Estados Unidos (5,3%) e Canadá (4,1%). Mesmo diante dos preços altos, especialistas defendem a necessidade de novos aumentos para diminuir a defasagem ante o mercado internacional. Valorização do dólar e preços externos nas alturas alavancam a diferença entre os valores praticados no país e no mercado internacional, que pode levar a Petrobras a perder até R$ 15,6 bilhões somente este ano.
— Os aumentos são necessários, o Brasil estava há quase seis anos sem reajustar. A redução nas tarifas de energia (em janeiro) abriu espaço para aumentar o preço da gasolina (e do diesel), mas o mercado sabe que cedo ou tarde os preços terão que subir ainda mais. — defende Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
Entre abril e junho deste ano, o valor médio do combustível no país, segundo a Bloomberg, estava em R$ 3,30, cerca de 4,88% do que um trabalhador no país recebe por dia (com base no salário mínimo). Os valores médios diferem dos apresentados pela ANP: de R$ 2,876 em abril e de R$ 2,848 em junho. Esta mesma pesquisa também coloca o Brasil em outra posição nada nobre: somente no segundo trimestre do ano, a gasolina teve reajuste de 15%, o maior percentual entre os 60 países analisados pela empresa.
Apesar de ter sido o avanço mais proeminente no mundo, em valores nominais (sem descontar a inflação), a gasolina brasileira é a 36ª mais cara do planeta, ainda de acordo com a Bloomberg. A lista é liderada por Turquia (R$ 5,30), Noruega (R$ 5,29), Países Baixos (R$ 4,75), Itália (R$ 4,73) e França (R$ 4,52). A mais barata do mundo é a vendida na Venezuela, ao custo de R$ 0,02. Neste quesito, entretanto, a pesquisa é liderada, de longe, pela Índia: os consumidores do país asiático precisam disponibilizar 30,7% do salário de um dia para adquirir um litro de gasolina.
— A percepção simples apenas olhando os dados externos é que temos uma gasolina cara, e é quando comparada ao poder de compra da população. Aumentar a produção, em um primeiro momento, nem é possível porque não temos capacidade instalada neste sentido, faltam refinarias — afirma Cláudio Pinho, advogado especializado em petróleo e gás e professor associado da Fundação Dom Cabral. — O governo se baseou na venda de carros para impulsionar a economia, agora quem sofre é a população porque a demanda por gasolina aumentou e não vejo solução fácil.