A prisão de uma quadrilha de estelionatários, ontem (segunda, 10), trouxe à tona explicações sobre a paralisação das obras do fantasioso hospital de referência de Ilhéus, apresentado por um grupo no início do ano, lembre aqui.
Como revela o blog Agravo, dois supostos integrantes da quadrilha faziam parte do “grupo de empreendedores” que iniciou a reforma do prédio da antiga Maternidade Santa Isabel. As obras começaram no início do ano e foram paralisadas em julho.
Segundo o G1, a quadrilha abria empresas pequenas e começava a prestar serviços à administração pública. Com os contratos em mãos, conseguiam empréstimos bancários com a alegação de ampliar os serviços.
O delegado Felipe Curi, da polícia civil, explica como funcionava o golpe: “Quando este empresário percebia que não tinha condições de arcar com o custo, os lobistas transferiam a empresa para algum laranja, que também pertencia à quadrilha. E aí era feita uma pirâmide de empréstimo com outras várias empresas”.
A investigação concluiu que quase 600 empréstimos foram feitos dessa forma em estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia.
Na manhã de ontem, foi preso em Salvador Carlos Alessandro Lins e Silva, conhecido como Carlinhos, 40 anos, um dos sócios da Oscip Hospital Popular da Bahia.
A empresa era a responsável pela construção do hospital de referência de Ilhéus. Em março, Carlos Alessandro e Rogério Manso Moreira, outro integrante da quadrilha, estiveram em Ilhéus para apresentar ao prefeito o projeto do hospital.
O modus operandi da quadrilha funcionou perfeitamente em Ilhéus. Depois de paralisadas as obras, lojas de materiais de construção, restaurantes, trabalhadores e um escritório de engenharia ficaram no prejuízo.